Peço desculpa por estes dois dias de interregno, numa altura em que queria ter mantido o blog o mais actualizado possível no que toca ao IndieLisboa'11 (cobertura e antevisão) e ao Cannes'11 (notícias e reacções). Problemas de conexão, problemas de ligação à internet, enfim.
Deixo-vos com breves palavras, por hoje, e amanhã conto voltar ao ritmo.
Tive ontem a oportunidade de assistir, no Teatro do Bairro, a um delicioso documentário sobre o trabalho de Ingmar Bergman, ...But Film is my Mystress, realizado por Stig Björkman. A película atravessa vários filmes do mestre sueco, como Autumn Sonata, Chries and Whispers, After the Rehearsal, e conta com os apaixonados e admirados comentários de distinguidas personalidades como a emocionada Liv Ullman, Olivier Assayas, Martin Scorsese, Bernardo Bertolucci e Woody Allen. No final, por ser muito curto, sabe a pouco, mas é muito interessante. Ficamos a conhecer um pouco mais dos seus temas, do trabalho do realizador com o argumento e, especialmente, com os actores, com todas as suas intimidades e, particularmente enternecedor, com toda a saudade que ele sentia deles. Vemos imagens belíssimas, como a de Bergman de braço dado com o seu fidelíssimo director de fotografia, Sven Nykvist, a passearem, eventualmente discutindo alguma das suas obras. No final tivemos direito a ver respondidas algumas questões, cujas respostas complementaram o que acabávamos de ver - a incrível boa disposição de Ingmar, contrariamente ao que se pode pensar depois de ver um dos seus (muito bem apelidados por Stig) austeros e duros filmes, à sua paixão e respeito pelo trabalho e pelas pessoas à sua volta. Um dia depois ao seu maior admirador de sempre, Woody Allen, ter pronunciado, em plena conferência de imprensa em Cannes, que "nunca será um grande realizador", ficámos nós lembrados, agora sem considerações sobre o nova-iorquino, de que Ingmar Bergman foi um dos maiores de sempre, e sempre o será. A nostalgia fica, particularmente pautada pelas declarações finais do autor de Annie Hall. Sem Fellini, sem Kurosawa, sem Bergman, sem Ford, sem...
Para um acompanhamento destes dois últimos dias em França, sugiro-vos a consulta d'O Sétimo Continente, ou do Split Screen, que destaca Habemmus Papam, de Nanni Moretti, Restless, de Van Sant e The Sleeping Beauty, de Julia Leigh. Entre tantos outros, The Tree of Life está cada vez mais perto.
Thanks :)
ReplyDelete