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Temos duas personagens a partir das quais se desenrola a estória: as irmãs Trish (Allison Janney) e Joy (Shilrey Henderson - qualquer pessoa que tenha visto os filmes de Harry Potter identifica a rapariga, já que aquela voz não engana absolutamente ninguém: Murta-Queixosa). A primeira vive um novo amor com um homem mais velho, a perfeita figura paternal para os seus filhos, depois de ver o marido condenado à prisão por pedofilia (os dois filhos mais novos pensam que morreu; o universitário sabe de tudo, já que ele próprio terá sido abusado). A segunda vem ter com a primeira, deixando, em New Jersey, o seu trabalho numa penitenciária e os fantasmas do seu passado (entenda-se, um fantasma a sério, um homem problemático com quem havia tido uma relação e um fantasma metafórico, um homem problemático, vivo, com quem tinha uma relação que estava em "stand by", além de todas as suas inseguranças e dramas internos).
Às tantas, o marido de Trish é libertado e, paralelamente, o filho pré-adolescente (Dylan Snyder) descobre a verdade sobre o pai, entrando numa espiral paranóica quando à pedofilia e ao perdão que merecem os pedófilos - é esta sua visão assustada da patologia que arruína a relação da mãe com Harvey (Michael Lerner) e a possibilidade de voltarem a ser uma família "normal" (adjectivo a que Trish recorre por diversas vezes - ela só queria uma vida normal). Assistimos também à decadência irreversível do ex-condenado, Bill (Ciaran Hinds), que acaba por pedir perdão ao filho, antes de "morrer numa sarjeta".
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Um filme que segue uma linha um pouco diferente do normal: em vez de partir da desgraça para a esperança, parte da esperança para a desgraça. Uma verdadeira espiral descendente.
A premissa é interessante. Porém, achei a estrutura do argumento um pouco desconexa e com algumas cenas a soarem a aleatórias (quer o seu fim, para a estória, quer a sua inserção no todo, como conjunto coerente - não obstante, ganhou melhor argumento em Veneza). Houve coisas mal explicadas, além disso - compensaram os diálogos, que estão qualquer coisa. Muito, muito engraçados. Todo o cinema soltou várias gargalhadas. Foi, de facto, o ponto forte. Quanto aos actores, tenho pouco a apontar. Ninguém esteve particularmente mal, o único que se destacou foi o rapaz, Dylan. A realização deixou um pouco a desejar, em alguns pontos: houve duas ou três cenas cortadas de forma brusquíssima e, na "introdução" da casa da família, na parte do belo jardim, era sempre a mesma filmagem.
POSTER.
TRAILER.
queria muito ver este filme, já que estou a iniciar um ciclo do solondz
ReplyDeleteo problema é que não o arranjo em lado nenhum, é estranho já que todas as obras deste autor for distribuídas cá em portugal
http://segundoestendal.blogs.sapo.pt/