Já é tradição: investido da sua imagem de 30 anos mais novo, Manoel de Oliveira é habitual presença no maior festival de cinema do mundo. Hoje, terceiro dia da 63ª edição, o emblemático e reconhecido realizador português viu estrear o seu último filme (o mais recente e que, ao mesmo tempo, assinala o final da sua carreira): "O estranho caso de Angélica".
Foi com boa disposição e vitalidade que, numa conferência, falou sobre a obra, ora em português, ora em francês. A premissa principal, que o assolou em meados da década de 40, já depois da II Guerra Mundial, é o relato da vida de um fotógrafo, Isaac, que fotografa a falecida Angélica, acontecimento que acaba por lhe assombrar a vida, quando a rapariga ganha vida no visor da sua câmara e despoleta uma grande paixão.
"A morte é uma condição. Desde que nascemos só temos uma certeza: a morte." (Manoel de Oliveira)
* A frase é de George Méliés, cineasta de tempos já há muito idos, num momento de inspiradora indignação face ao aspecto imóvel de uma imagem de uma fotografia. O próprio realizador português admite ter buscado inspiração neste bela síntese da incessante (e muitas vezes inconsciente) busca do homem pela fantasia.
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