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Sunday, August 21, 2011

Sean Penn complains about Malick's decisions on Tree of Life


"I didn’t at all find on the screen the emotion of the script, which is the most magnificent one that I’ve ever read. A clearer and more conventional narrative would have helped the film without, in my opinion, lessening its beauty and its impact. Frankly, I’m still trying to figure out what I’m doing there and what I was supposed to add in that context! What’s more, Terry himself never managed to explain it to me clearly."

I believe we've heard this once, already.

"It was extremely unpleasant." (Adrien Brody, about Thin Red Line).

They should know by now that master Malick will always slice their appearances to the sharpest and finest piece of imagery he envisions.

Wednesday, May 11, 2011

Midnight in Paris é bem recebido em Cannes'11


O novo filme de Woody Allen, que abriu a presente edição do festival, é uma comédia romântica e uma carta de amor a Paris e aos escritores clássicos dos anos 20, recheada de estrelas - Owen Wilson, Rachel McAdams, Adrien Brody, Carla Bruni, Marion Cotillard, entre outros. Lamentado por muitos o facto do realizador insistir em lançar um filme por ano, algo que tem vindo a comprometer a qualidade de algumas suas obras, assim é globalmente entendido, afirmando na conferência de imprensa sobre o filme que "nunca irei realizar um grande filme", Allen foi bastante bem recebido em Cannes'11.

No nosso linguajar, João Lopes (Diário de Notícias) escreve que "Woody Allen puxa pelos galões de argumentista/realizador e faz um filme que, partindo de um cliché — o apelo romântico da capital francesa —, consegue transcende-lo através da complexidade emocional e narrativa de um romanesco seduzido por um discreto fantástico.". Vasco Câmara (Ípsilon) vai mais longe e afirma que "é a sua melhor comédia em vários anos".

Lá fora, Andrew Pulver (The Guardian) descreve a atmosfera fairytale e afirma que "Talvez este seja o seu lugar". Michael Philips (Chicago Tribune) escreve que "É um bom filme.", destacando-o como um dos melhores filmes que Woody fez nos últimos vinte anos. Todd McCarthy (The Hollywood Reporter) elogia o retrato de um charme parisiense, quase um sonho, transversal à imaginação e aos sonhos das pessoas, destacando o papel de Wilson, mas duvida que tal sentimento passe para quem está mais distante de Hemingway, Fitzgerald ou Gertrude Stein. Tal como Todd, Peter Bradshaw (The Guardian) compara o filme com The Purlpe Rose of Cairo, afirmando que Allen voltou às ideias dos seus tempos mais jovens e evidencia a mesma atmosfera jovial do filme. Sem mais, Stephanie Zacharek diz que "é o melhor filme de Woody Allen em 10 ou 20 anos".

Sunday, June 20, 2010

Os Filmes dos Presidentes - Aníbal Cavaco Silva


Um retrato auto-biográfico que, a certa altura, deixa de o ser em relação ao pianista polaco Wladyslaw Sziplman para o passar a ser em relação à humanidade.

Na primeira parte da película assistimos à jornada da família do músico, despejada do seu lar, constantemente realojada em locais exclusivamente dedicados a judeus, durante dois anos de vida que fluem de forma estranhamente natural - a resistência colectiva não existe e a indignação individual rapidamente se conforma (v.g., a venda do piano), não havendo oposição ao obstáculo (tese-antídese), de onde se extraia a síntese. Uma continuidade pautada por cenas que vão do despertar da repulsa em nós, público, a uma aflição e horror pela total falta de limites em que mergulhou a crueldade humana na Europa Ocidental, num passado que tememos acontecer em todo e cada segundo, se existirem infinitos universos paralelos por unidade de tempo (v.g., o assassinato do velhinho de cadeira de rodas).

Este sentido acaba por conduzir todo o filme. Wladyslaw fica sozinho, enquanto toda a sua família apanha o comboio até à morte, mas não se emancipa nunca como herói. Não obstante os focos de resistência que acabam por surgir, Spzilman sempre caminha desleixado, sobrevivendo por sorte ou caridade, e nunca tentando ser um salvador. O cenário claustrofóbico dos bairros de judeus, a precariedade das vivências e da alimentação nunca deixam de acompanhar o músico quando este consegue fugir para o lado dos alemães. Um tempo sempre chuvoso, a saliência dos seus ossos, o cabelo desgrenhado e a barba desarranjada que vão surgindo, os edifícios completamente destruídos, as mortes arbitrárias que caem do céu, comandam um erguer de um desespero que roça a loucura e a demência, face à putrefacção a que o homem fora reduzido.

Quando voltamos aos bairros judeus, a caminhada é solitária, ladeada por destruição e com o infinito à frente, doentia, mesmo depois da cura pelo médico, húmida, fria e silenciosa. Depois de todo um retrato de tristeza, de incapacidade, de repulsa, de morte, do negrume em que se conseguiu embrulhar o homem, pelas mãos de Hitler, surge a esperança, a luz, o sorriso, a música. Ao longo de toda a película, Szpilman ameaça tocar o piano, veículo da beleza, da tranquilidade, da pausa, da firmeza, ainda que isso o denuncie e lhe custe a vida. Confrontado por um oficial Nazi, modela aquilo que nos surge quase como o mais bonito som do mundo. Deixa-se levar pelas notas redondas, doces, suaves e, com a simbologia de um raio de sol batendo-lhe na cara, parece voltar a fazer os sentimentos de humanidade, clemência e compaixão descer dos Céus e inundar a Terra.

Um retrato cruel, amargo e triste sobre o holocausto, que, no entanto, não nos quer deixar cair num sentimento de total vergonha do homem, porque sempre podemos escolher entre o bem e o mal (como fez Wilm Hosenfeld) e porque sempre haverá um raio e uma melodia de esperança.