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A Origem é um thriller psicológico ao jeito do que já vimos no, para mim ainda superior Memento. Há a equipa dos bons, a (ou "as") equipa dos maus, há o plano, com muita acção, tiros, explosões e perseguições, há os previsíveis acidentes de percurso e há, concebida com uma originalidade desafiante, a controladora atmosfera psicanalítica. Uma viagem pelo mundo dos sonhos e pela sua representação, confusão e fusão com a realidade e pelo subconsciente, o mais profundo e impenetrável guardião de segredos que comporta a natureza humana e e a actividade cósmica, o núcleo fundamental da personalidade (o id de Freud), a origem de todas as ideias (o erro de Descartes ?).
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A fotografia é belíssima, a começar pela imagem inicial do embate bruto das ondas contra as quase frágeis rochas, o mar que representa tudo aquilo que o Homem não sabe que é, e cujo vislumbre apenas faísca no limbo do ser e do não ser, da percepção e da ilusão, mas que nos envolve e erode de forma inevitável. Nota muito positiva para os efeitos poderosos da arquitectura dos sonhos e, especialmente, para uma montagem incrivelmente inteligente, emocionante, arrebatadora (como a cena inicial em que Cobbs é "empurrado" para a banheira e o que se passa no sonho), sempre acompanhada por uma música épica e uma câmara que pauta um ritmo ofegante e excitante.
Gostei das interpretações dos actores, especialmente das de Di Caprio e de Lewitt.
Ai! Só vejo esse amanhã :)
ReplyDeleteHopefully, vai sobreviver as minhas (elevadas) expectativas.
Gostei da crónica, muito em concordância com o que já li serem os pontos fortes do filme.
Veremos. Amanhã já digo qualquer coisa.
O filme é mesmo espantoso e genial, mesmo de Nolan.
ReplyDeleteAbraço
Cinema as my World
Chateia-me mas não tenho nada a acrescentar 8-)
ReplyDeleteGostei muito do filme e da crítica!
Beijinhos
PS: estou a pensar largar o pseudónimo, vais ter de te preparar para esse momento.
Pois, como dá para ver pela minha crítica no blog, gostei muito do filme. Custa-me um pouco ter que me juntar ao grupo e embandeirar nos elogios, como a maioria dos críticos tem feito, mas a verdade é que o filme merece.
ReplyDeleteClaro que tem as suas falhas - a caracterização das personagens é gritantemente redutora (então a de Ellen Page tira-me do sério; acho que ela faz um excelente trabalho em tornar o papel que lhe deram em algo menos que uma banalidade) e as cenas de acção têm vários erros (a edição nunca foi o ponto forte dos filmes do Nolan) mas é um excelente filme, o primeiro (vá, o segundo) bom filme de 2010.
Com sorte, vamos ter o one-two-three punch agora seguido: Ghost Writer (B+), Inception (A-) e Toy Story 3 (A? Será?). Esperemos que sim.
Esperemos que sim. L´´a estarei amanh~~a, no Toy Story x)
ReplyDeleteRegressada neste exacto momento do cinema, mais precisamente da visualização deste tal Inception. Foi surpreendentemente bom visto que ia sem expectativa alguma. Acho que é melhor ir preparada para o pior quando as opiniões alheias tomam proporções gigantescas (o msn está habitado por degredos fanáticos deste filme há quase uma semana).
ReplyDeleteEnfim,vou tentar não me prolongar. Concordo praticamente com tudo o que foi dito acima. A fotografia e realização estiveram deveras ao nível da história que nas mão erradas teria todas as probabilidades de se auto-estrangular e acabar um grandessíssimo nojo, como costuma acontecer nos blockbusters dos últimos anos.
Apesar do bom desempenho do cast principal acho que é um filme que cansa após umas 4 ou 5 vezes. A Marion Cotillard também não me inspira grande confiança. O prémio de performance vai definitivamente para o Gordon Levitt que me parece ser a futura continuação do legado do Heath Ledger (vamos lá admitir que eles têm a cara chapada um do outro tá? Dou-lhe mais uma década de filmes e o puto fica no ponto xD).
Renuncio o Toy Story 3!
Na-Chan: Só posso concordar com tudo o que dizes, especialmente, e já há tempos que andava a pensar nisso, em relação à parecença do Lewitt com o Ledger.
ReplyDeleteE, apesar de conhecer o teu (não) gosto por Toy Story, continuo a aconselhar.
Concordo e identifico-me. Brutal e impressionante é o que me ocorre dizer. Grande grande filme na realização, na banda sonora, na montagem, nas interpretações (nem todas mas enfim), e sobretudo no argumento. De uma inteligência e de um poderio cativante extraordinários. Eu vejo um clássico instantâneo.
ReplyDeleteTive a ver assim por alto a tua lista de críticas e gostei, embora possuas muito cinema que me escapa, como por exemplo o espanhol. De Almodôvar não vi mesmo nada, tenho de começar a corrigir.
abraço
JORGE: Hoje ainda não consigo ver um clássico, quem sabe, daqui a uns anos, quando olhar para trás. Fico muito contente com o teu interesse e espero continuar a ter-te por cá. O cinema que vejo, acredita, ainda é uma mísera gota no universo que quero ver. E, sim, tens mesmo de ver Almodóvar. É fenomenal.
ReplyDeleteBest movie of the year. Period.
ReplyDeleteSubscrevo integralmente. 4*
ReplyDeleteRoberto Simões
CINEROAD