Monday, April 26, 2010

Re-Animator (1985)


Uma peça já antiga que passou hoje no Culturgest (INDIELISBOA) e que resolvi ver.

Um puro sci-fi/horror bem ao jeito que não costumo gostar e que me surpreendeu pela positiva. Veio da direcção do americano Stuart Gordon (não conheço nada dele) e trouxe-me aos sentidos toda a atmosfera cientológico-medieval que eu sentia experimentar de todas as vezes que via ou ouvia histórias relacionadas com o mito do Frankenstein - um cientista maluco encerra um extravagante laboratório no seu castelo nas montanhas e consegue ressuscitar um morto.

Desta vez não há castelo. Herbert West (Jeffrey Combs) é um estudante de medicina que julga ter descoberto um reagente que, aplicado à fórmula do seu ex-mentor, pode trazer os mortos de volta para o mundo dos vivos. Acaba ir viver para casa de um brilhante estudante de medicina, Dan Cain (Bruce Abott), em cuja cave encerra o tal característico laboratório.

Dan acaba por se tornar o seu parceiro na experimentação do produto. Porém, as coisas correm mal. Primeiro, Meg (Barbara Crampton) acaba por ser metida ao barulho, ao assistir, involuntariamente, a uma experiência com um gato (era algo, supostamente, secreto). Segundo, o Director da faculdade e grande admirador de Dan, ao saber, pela sua boca, do projecto de West, declara-o como louco, retira-lhe a bolsa e proíbe-o de ver a filha (Meg). Posteriormente, os resultados finais não se revelam o esperado - os novos vivos não são mais "pessoas". Não são racionais nem têm qualquer traço de personalidade - quando acordam, são pouco mais do que animais ferozes e descontrolados.

É a partir deste último problema que tudo se complica. Uma ressuscitação corre mal, morre o Director, a sua ressuscitação corre mal e entramos no comboio de criação de pseudo-zombies. No meio de tudo isto surge o nosso antagonista: Charl Hill (David Gale). Hill é um neurocirurgião brilhante que desde cedo se vê confrontado com as declarações de West, sobre a forma como todos os seus estudos são plágios. É onde surge o ódio pessoal entre os dois. O médico acaba por descobrir do projecto dos dois estudantes e vai até à famosa cave onde é morto. E ressuscitado.

E eis que se inicia um plano B: o plano do mau: ficar rico e famoso com a nova descoberta e deliciar-se com Meg. West e Cain conseguem o comeback para, na morgue, terem de enfrentar um exército de novos vivos.

O final é triste. Depois de todos estarem definitivamente mortos (incluindo Hill e West; este último, permitam-me, sufocado por um intestino com vontade própria, *risos*), o filme termina com Dan a tentar reanimar a namorada, sem sucesso, numa imagem semelhante à inicial (depois dos créditos), que transmitem, especialmente pelas reacções da médica supervisora, a inevitabilidade da morte.

Porém ... Dan ainda tem um frasco do antídoto.

A construção do filme não está nada de especial, aliás, com alguns cortes um bocado bruscos. Mas há imagens que superam em muito o nosso caro SAW. O argumento podia estar ridículo, mas, como disse, achei-lhe graça (com as devidas incongruências, mesmo num sci-fi, como por exemplo, uma cabeça a respirar sozinha). Houve coisas que ficaram por explicar mas houve uma que me chamou particularmente a atenção: porque é que todos os ressuscitados ficam irracionais e estúpidos e o Hill ficou "normal" ?

Por fim, deixem-me deixar uma nota para o facto de estar para sair, em 2010, o House of the Re-Animator. Pensei que fosse um remake. Porém, as personagens estão ligeiramente diferentes. Não elas próprias, mas sim o seu percurso. Ao que parece, Meg é Dama de Honor e contamos ainda com destaque para o Presidente e Vice-Presidente dos EUA. Dan e West estão presentes e serão interpretados pelos mesmo actores, bem como a ex-namorada do médico. Se assim for, ou é uma versão totalmente nova ou, no fim de contas, este primeiro filme teve um final feliz.

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