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Thursday, May 19, 2011

Promo Art de PTA em Cannes


Ao que parece, foi divulgado durante o festival de Cannes'11 e refere-se ao filme não-oficialmente intitulado de The Master que, depois de turbulências de produção que levaram ao cancelamento das rodagens e à perda do financiamento, parece estar mesmo em marcha. Nada menos que excitante.

Monday, May 16, 2011

Como anda Cannes'11, incluindo Tree of Life


Depois da aplaudida estreia de Midnight in Paris, de Woody Allen, na abertura do festival de Cannes'11, no passado dia 11 de Maio, já é altura de passar a revisão à opinião geral que se vai formando, particularmente construída pela prestigiosa crítica internacional que todos os anos se concentra religiosamente às portas e nas cadeiras das sessões.

No segundo dia destacou-se We Need to Talk About Kevin, adaptação do livro de Lionel Shriver, vencedor de um dos mais importantes prémios literários no Reino Unido, o Orange Prize. É a história de uma mãe, interpretada pela maravilhosa e granjeadora de excelentes críticas no papel, Tilda Swinton (recentemente a prestar visita a Portugal, gravando um anúncio publicitário nos Restauradores, em Lisboa), que tem de lidar com a dor e angústia de uma relação com o filho, responsável por um massacre na escola, que tira a vida aos colegas e professores. O trabalho da realizadora, Lynne Ramsay ("Morvern Callar", "Ratcacher") foi particularmente elogiado, com garantia de força e intensidade visual e temática.

Restless, o primeiro filme de Gus Van Sant desde o Oscar pick Milk, conhece observações que foram apontadas ao filme de 2008, de mãos dadas com o mainstream (como também já tinha sido "Good Will Hunting", em 1997), eventualmente desiludindo os religiosos fãs da sua obra mais reflexiva, social e alternativa ("My Own Private Idaho", "Gerry", que muito deve a "Werkmeister Harmonies", de Tárr ou "Elephant"). As maiores reticências ficaram para o argumento, demasiado simplista e linear, talvez demasiado doce em contraste com a sua visão mais amarga dos anteriores filmes de culto. Bem recebido foi o trabalho do cinematógrafo Harris Savides, e as prestações dos protagonistas Mia Wasikowska e Henry Hopper (filho do falecido Dennis Hopper). A história é a de uma peculiar história de amor entre uma jovem doente terminal e um rapaz que gosta de assistir a funerais acompanhado do seu amigo fantasma, outrora um piloto japonês da II Guerra Mundial.

No terceiro dia chegou Habemus Papam, julgado como uma inteligente, "bem escrita, e surpreendente comédia mainstream do realizador italiano Nanni Moretti, sem descurar as várias considerações filosóficas. Michael Picolli (actor de culto, tendo trabalhado com alguns dos mais importantes realizadores da história do cinema, nas mais diversas correntes e estilos) é, contra a sua vontade, o recém-eleito Papa (de onde vem a expressão latina do título). Moretti interpreta o psiquiatra que o irá a ajudar a ultrapassar o pânico, criando uma aparentemente incrível história sobre poder, fragilidade e solidão que, se obviamente caiu mal colo da igreja, chega a ser acusado de não ser suficientemente irreverente. A sensibilidade do filme também mereceu destaque, com referências à fotografia e à direcção artística.

Das possíveis surpresas, Toomelah, da Austrália, surge com problemas de ritmo e energia, Miss Bala, do México, sobre tráfico de droga, consegue mais algum interesse mas sem fugir a vários clichés e o mais interessante parece ter sido Hard Labor, na secção Un Regard, o primeiro trabalho de Juliana Rojas e Marco Dutra, do Brasil, que traz a interessantíssima conjugação do terror e das dificuldades económicas.

No quarto dia chegou, com a presença de Johnny Depp e Penélope Cruz, a maximizar o mediatismo do festival junto de um público mais vasto, a quarta parte da saga Pirates of the Caribbean (On Stranger Tides) e dividiu opiniões. No entanto, as mais positivas ficam-se por "um bom filme" ou "um bom regresso de Jack Sparrow", por vezes "um filme divertido", com elogios à visão do novo realizador, Rob Marshall e não conseguem fazer frente às acusações de repetitividade, aborrecimento, previsibilidade e falta de mecanismos narrativos capazes de prender o público à cadeira.

A grande surpresa do dia veio de Michael, realizado pelo director de casting de Michael Haneke, Marcus Shleinzer, também austríaco. Um filme cru e realista, que vincadamente dividiu opiniões, como faz sempre o realizador de "The White Ribbon", retrato de uma relação entre um pedófilo e uma criança, ora congratulado por ser "um triunfo de um cinema difícil", ora acusado de ser completamente sem escrúpulos.

Os irmãos Dardenne fizeram furor no quinto dia e já há quem profetize a sua terceira Palma de Ouro ("Rosetta", em 1999) e "L'enfant", em 2005). Com Le Gamin au Veló, protagonizado com vigor e poder por Cécile de France e Thomas Doret, é a história de um pequeno rapaz de procura apoio numa mulher, depois da morte do seu pai. O filme foi considerado "fresco" e capaz de tocar a esfera mais mainstream.

Talvez a maior revelação do festival seja The Artist, do francês Michel Hazanavicius. A história passa-se na Hollywood de 1927 a 1931, em plena studio era, e retrata a queda de uma estrela de cinema e a ascensão de outra, respectivamente, ele e ela. Até aqui, já me soava a algo suficientemente interessante. Partindo, depois, de um belíssimo poster, chega a noção do arrojo do realizador: este é um filme sem som e foi considerado como uma peça extremamente divertida, emocionante e capaz de captar todos os trejeitos do cinema mudo, em óbvia e respeitosa homenagem aos filmes da altura. Para já, o filme será distribuído em França pela Warner Bros. France e nos EUA pela Weinstein Company. Após a sua estreia, é já considerado um fortíssimo candidato a vencer a Palma de Ouro e a chegar aos Óscares em 2012.

Na quarta feira, chega Melancholia, de Lars von Trier, do qual já há um novo clip.



Para terminar, relembro que hoje é o grande dia; provavelmente o dia mais esperado neste edição do festival. Ao fim de muitos anos de tropeções de produção, Terrence Malick chega com Tree of Life, cujas imagens deixam antever um incremento de intensidade e beleza na forma como o autor filma a natureza e a faceta mais bonita deste nosso mundo. Deixo-vos o novo clip, que é o mais próximo que a maior parte de nós estará de ver o filme esta noite.

Os cerca de 3000 mil jornalistas que estão presentes no festival, no âmbito das sessões a eles especialmente dedicadas, já viram o filme e as apreciações são múltiplas e divididas. Como exemplo, talvez sirva a divergência nacional entre Vasco Câmara e João Lopes: o primeiro condena o filme por fazer uso da voz off para passar o que de outra forma não consegue; o segundo acredita que é imperativo a Palma calhar ao norte-americano, considerando o filme "uma experiência inédita".



Friday, May 13, 2011

IndieLisboa'11 e Cannes'11: breves comentários

Peço desculpa por estes dois dias de interregno, numa altura em que queria ter mantido o blog o mais actualizado possível no que toca ao IndieLisboa'11 (cobertura e antevisão) e ao Cannes'11 (notícias e reacções). Problemas de conexão, problemas de ligação à internet, enfim.
Deixo-vos com breves palavras, por hoje, e amanhã conto voltar ao ritmo.

Tive ontem a oportunidade de assistir, no Teatro do Bairro, a um delicioso documentário sobre o trabalho de Ingmar Bergman, ...But Film is my Mystress, realizado por Stig Björkman. A película atravessa vários filmes do mestre sueco, como Autumn Sonata, Chries and Whispers, After the Rehearsal, e conta com os apaixonados e admirados comentários de distinguidas personalidades como a emocionada Liv Ullman, Olivier Assayas, Martin Scorsese, Bernardo Bertolucci e Woody Allen. No final, por ser muito curto, sabe a pouco, mas é muito interessante. Ficamos a conhecer um pouco mais dos seus temas, do trabalho do realizador com o argumento e, especialmente, com os actores, com todas as suas intimidades e, particularmente enternecedor, com toda a saudade que ele sentia deles. Vemos imagens belíssimas, como a de Bergman de braço dado com o seu fidelíssimo director de fotografia, Sven Nykvist, a passearem, eventualmente discutindo alguma das suas obras. No final tivemos direito a ver respondidas algumas questões, cujas respostas complementaram o que acabávamos de ver - a incrível boa disposição de Ingmar, contrariamente ao que se pode pensar depois de ver um dos seus (muito bem apelidados por Stig) austeros e duros filmes, à sua paixão e respeito pelo trabalho e pelas pessoas à sua volta. Um dia depois ao seu maior admirador de sempre, Woody Allen, ter pronunciado, em plena conferência de imprensa em Cannes, que "nunca será um grande realizador", ficámos nós lembrados, agora sem considerações sobre o nova-iorquino, de que Ingmar Bergman foi um dos maiores de sempre, e sempre o será. A nostalgia fica, particularmente pautada pelas declarações finais do autor de Annie Hall. Sem Fellini, sem Kurosawa, sem Bergman, sem Ford, sem...

Para um acompanhamento destes dois últimos dias em França, sugiro-vos a consulta d'O Sétimo Continente, ou do Split Screen, que destaca Habemmus Papam, de Nanni Moretti, Restless, de Van Sant e The Sleeping Beauty, de Julia Leigh. Entre tantos outros, The Tree of Life está cada vez mais perto.

Wednesday, May 11, 2011

Midnight in Paris é bem recebido em Cannes'11


O novo filme de Woody Allen, que abriu a presente edição do festival, é uma comédia romântica e uma carta de amor a Paris e aos escritores clássicos dos anos 20, recheada de estrelas - Owen Wilson, Rachel McAdams, Adrien Brody, Carla Bruni, Marion Cotillard, entre outros. Lamentado por muitos o facto do realizador insistir em lançar um filme por ano, algo que tem vindo a comprometer a qualidade de algumas suas obras, assim é globalmente entendido, afirmando na conferência de imprensa sobre o filme que "nunca irei realizar um grande filme", Allen foi bastante bem recebido em Cannes'11.

No nosso linguajar, João Lopes (Diário de Notícias) escreve que "Woody Allen puxa pelos galões de argumentista/realizador e faz um filme que, partindo de um cliché — o apelo romântico da capital francesa —, consegue transcende-lo através da complexidade emocional e narrativa de um romanesco seduzido por um discreto fantástico.". Vasco Câmara (Ípsilon) vai mais longe e afirma que "é a sua melhor comédia em vários anos".

Lá fora, Andrew Pulver (The Guardian) descreve a atmosfera fairytale e afirma que "Talvez este seja o seu lugar". Michael Philips (Chicago Tribune) escreve que "É um bom filme.", destacando-o como um dos melhores filmes que Woody fez nos últimos vinte anos. Todd McCarthy (The Hollywood Reporter) elogia o retrato de um charme parisiense, quase um sonho, transversal à imaginação e aos sonhos das pessoas, destacando o papel de Wilson, mas duvida que tal sentimento passe para quem está mais distante de Hemingway, Fitzgerald ou Gertrude Stein. Tal como Todd, Peter Bradshaw (The Guardian) compara o filme com The Purlpe Rose of Cairo, afirmando que Allen voltou às ideias dos seus tempos mais jovens e evidencia a mesma atmosfera jovial do filme. Sem mais, Stephanie Zacharek diz que "é o melhor filme de Woody Allen em 10 ou 20 anos".

Cannes'11: Que comece o jogo

Robert de Niro (Presidente do Juri), Emir Kusturica (Presidente da Un Certain Regard), Michael Gondry (Curtas-Metragens e Cinefoundation), Jonn-Ho Bong (Presidente do "Câmara de Ouro").

Woody Allen (Midnight in Paris), Terrence Malick (The Tree of Life); Pedro Almodóvar (La Piel que Habito); irmãos Dardenne (Le Gamin au Vélo), Aki Kaurismaki (La Havre); Nani Moretti (Habemus Papam), Lars von Trier (Melancholia), Gus Van Sant (Restless), Bruno Dumont (Hors Satan), Jodie Foster (The Beaver), Julia Leigh (The Sleeping Beauty). Piratas! E muitos, muitos outros.

Começa hoje a 68ª edição do mais consagrado festival de cinema do mundo, abrir com Midnight in Paris, de Woody Allen. Infelizmente, não estarei lá, mas estarei atento.



Saturday, April 23, 2011

Pérolas prontas a brotar



Andam sempre por aí umas certas pequeninas pérolas cinematográficas, obras recentes e fora da alçada das grandes produtoras, incrivelmente originais e que são muitas vezes os primeiros trabalhos de gente de quem não deixamos de falar nos anos que se seguem.

Costumo, sobre este assunto, pegar sempre no festival de cinema de Sundance, como fiz neste artigo, em que escrevi umas breves linhas sobre Another Earth, agarrada e não mais largada pela perspicaz Fox Searchlight Pictures: "No dia em que a comunidade científica descobre um novo planeta no sistema solar, uma ambiciosa estudante e um reconhecido compositor cruzam os seus caminhos num trágico acidente.".

Hoje, já há poster e trailer para este drama de ficção científica, escrito e realizado por Mike Cahill (ajudado no guião pela actriz principal, Brit Marling), técnico especializado em efeitos especiais (questionava-me sobre como teriam, com os poucos recursos da produção independente, levar avante uma imagem como esta). O dia em que a população mundial descobre que, algures no universo, sempre existiu um segundo planeta Terra, com uma segunda versão de si próprios - "There's another you out there".





Por outro caminho segue Sleeping Beauty, pelas mãos da Paramount, que estreará este ano em Cannes, e que surpreende por ser a primeira expedição de Julia Leigh no grande ecrã. Conta a história de uma encantadora rapariga que se decide aventurar no mundo da prostituição e que descobre uma bizarra estratégia para satisfazer um estranho fetiche de vários clientes: fazer sexo com uma mulher a dormir. De cada vez, toca droga para desmaiar e apenas acordar na manhã seguinte sem se lembrar de rigorosamente nada.

Tal como em "Another Earth", o material promocional chama por nós e tem como outro grande trunfo Emily Browning (Sucker Punch), que parece vir fazer parte da jovem geração de grandes actrizes que já se faz sentir. Anseio por ambos.



Thursday, April 21, 2011

Cannes'11 e os pseudo-artistas

João Pedro Rodrigues fará parte do grupo de júris destinados a, no âmbito da Cinefoundation, no festival de cinema de Cannes'11, escolher três de dezasseis curtas-metragens de escolas e universidades de todo o mundo. É triste saber que uma pessoa com o currículo que o senhor tem, com alguns dos mais amadores, mal construídos e, em certas partes, nojentos filmes que andam para aí em relativa ribalta.

Friday, April 15, 2011

Jack Sparrow no Festival de Cannes'11


Os Piratas abriram as velas e rumaram até França. O quarto filme da saga, On Stranger Tides, que contará com a participação de Penélope Cruz, terá estreia no festival de cinema de Cannes, fora de competição.

Thursday, April 14, 2011

Os seleccionados para Cannes'11


Foram hoje divulgados os candidatos seleccionados para a 64ª edição do festival de Cannes, numa edição que promete ser memorável. Com o júri constituído por Robert de Niro (Presidente do Juri), Emir Kusturica (Presidente da Un Certain Regard), Michael Gondry (Curtas-Metragens e Cinefoundation) e Jonn-Ho Bong (Presidente do "Câmara de Ouro"), os principais realizadores a marcar presença serão: Woody Allen (Midnight in Paris), a abrir; Terrence Malick (The Tree of Life); Pedro Almodóvar (La Piel que Habito); irmãos Dardenne (Le Gamin au Vélo), Aki Kaurismaki (La Havre); Nani Moretti (Habemus Papam), Lars von Trier (Melancholia), Gus Van Sant (Restless), Bruno Dumont (Hors Satan). Também Jodie Foster marcará presença, fora de competição, com The Beaver, protagonizado por Mel Gibson, num argumento que saiu da blacklist de Hollywood de 2009.

Monday, April 4, 2011

Poster de Cannes'11


Faye Dunaway, numa fotografia de 1970, por Jerry Schatzberg, que chegou a vencer a Palma de Ouro, em 1973, com "Scarecrow".

O Festival decorrerá entre 11 e 22 de Maio e conta com Robert de Niro como Presidente do Júri, Michel Gondry a presidir às curtas-metragens e Emir Kusturica na secção Un Certain Regard. Para já, os destaques vão para o filme de abertura, Midnight in Paris, de Woody Allen, e para um dos filmes mais esperados dos últimos tempos, "Tree of Life", de Terrence Malick.