Friday, June 17, 2011

"José e Pilar" amanha na Cinemateca; DVD e CD


É já amanhã, dia 18 de Junho (Sábado), que se comemora o ano da morte de José Saramago, numa comemoração que se quer tão digna e marcante quanto o seu próprio Ano da Morte de Ricardo Reis. A partir das 14h30 de amanhã, poderão comprar na bilheteira da Cinemateca Portuguesa os bilhetes para o filme (que variam numa escala entre 1,25€ e 2,5€), que passará no auditório principal às 21h30, que darão ainda acesso à festa oficial na discoteca LUX, na mesma noite. Paralelamente, e pelo mesmo propósito, dá-se o lançamento do DVD e da Banda-Sonora oficiais do filme nas FNAC de todo o país, este último contando com inéditas reflexões proferidas pelo próprio José Saramago.


José e Pilar, de Miguel Gonçalves Mendes

Saramago apenas começou a escrever aos sessenta anos e, desde então, lançou mais de trinta livros e foi condecorado com o prémio máximo na área da literatura, o Prémio Nobel em 1998. Aqui, corremos pelos últimos anos da vida de um dos mais importantes autores da história da lusofonia e antes andássemos apenas, pois tudo passa demasiado rápido - quem era, afinal, o homem por trás de tão sagazes parábolas, por trás do sensacionalismo da imprensa na sua aguda relação com a vida política portuguesa ? Miguel Mendes leva-nos até Lanzarote, à sua casa e biblioteca, traz-nos a Lisboa e à Azinhaga, leva-nos a Madrid e à Finlândia, enfim, uma série de rotas, como a que escrevia na altura: A Viagem do Elefante ("Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam."). A sua relação com Pilar, seu grande suporte para a vida e para a escrita, a quem dedica tudo, faz todo o sentido - a cumplicidade, a admiração mútua, a coordenação de esforços, a paixão pelos ideais e a incessante discussão ordenada entre eles e para com o mundo. A naturalidade das conversas, dos olhares e das reflexões (belíssimas !) são captadas com exímia sensibilidade e os enquadramentos intrigados e a montagem narrativa tornam José e Pilar duas personagens de uma ficção real, com direito a plot conjunto e a um subplot para cada um deles. O filme, co-produção com a O2 de Fernando Meireles ("Cidade de Deus") e a El Deseo de Augustín e Pedro Almodóvar ("Habla Con Ella"), teve estreia comercial em Espanha, Brasil e em Portugal bateu o record de tempo de filmes portugueses em sala: cinco meses. Não hesito em afirmar que é uma das melhores peças que o nosso cinema já produziu.

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