Showing posts with label Stanley Kubrick. Show all posts
Showing posts with label Stanley Kubrick. Show all posts

Thursday, August 25, 2011

Apple suing Samsung, Kubrick may solve it


After this month's launch of Samsung's new Galaxy tablet, the technological pomaceous fruit by Steve Jobs has already managed to temporarily block its sales in Australia and Europe, upon charges of "blatant copying" of Apple's iPad interface and design. However, when the two giants stepped into the US Court, the Koreans whisked the traditional loading of firearms and instead lit up a whole new fire: Apple did not invent the iPad; filmmaker Stanley Kubrick did.



This clip from 1968's 2001: Space Odyssey, was actually exhibited in the court of law, described as " (...) an overall rectangular shape with a dominant display screen, narrow borders, a predominately flat front surface, a flat back surface (which is evident because the tablets are lying flat on the table's surface), and a thin form factor". Mark Summerfield, intellectual property specialist lawyer, cautions that Samsung may have some ground here, arguing that "Generally science fiction is not legitimate prior art to a utility patent, because it does not provide an 'enabling disclosure (...)" but "For example, if I were to copy the Star Trek communicator as a novelty mobile phone, I would have no right to claim a monopoly in that design. I did not devise it myself (i.e. I am not the true designer/author).".






Saturday, July 9, 2011

Kubrick admired Bergman

This letter was written by Stanley Kubrick in 1960 to the filmmaker he admired the most at the time, the Swedish Ingmar Bergman. By this time, Kubrick was yet to create his greatest masterpieces, such as 2001: Space Odyssey (came two years later), The Clockwork Orange or Barry Lyndon. Read the transcript down below the photo.



UNIVERSAL-INTERNATIONAL PICTURES
UNIVERSAL CITY, CALIFORNIA

February 9, 1960

Dear Mr. Bergman,

You have most certainly received enough acclaim and success throughout the world to make this note quite unnecessary. But for whatever it’s worth, I should like to add my praise and gratitude as a fellow director for the unearthly and brilliant contribution you have made to the world by your films (I have never been in Sweden and have therefore never had the pleasure of seeing your theater work). Your vision of life has moved me deeply, much more deeply than I have ever been moved by any films. I believe you are the greatest film-maker at work today. Beyond that, allow me to say you are unsurpassed by anyone in the creation of mood and atmosphere, the subtlety of performance, the avoidance of the obvious, the truthfullness and completeness of characterization. To this one must also add everything else that goes into the making of a film. I believe you are blessed with wonderfull actors. Max von Sydow and Ingrid Thulin live vividly in my memory, and there are many others in your acting company whose names escape me. I wish you and all of them the very best of luck, and I shall look forward with eagerness to each of your films.

Best Regards,

Signature: Stanley Kubrick

Stanley Kubrick

Sunday, March 27, 2011

TIPOGRAFADOS MALDITOS #3

O que são os "Tipografados Malditos" ?
"O que teriam a dizer se algumas das maiores obras de sempre não o fossem por, pura e simplesmente, terem ficado na prateleira ?
O que vos proponho é que escolham um a três guiões nunca produzidos que acreditem que dariam grandes histórias e que proponham um realizador que deveria levar o projecto para a frente."


PEDRO CABELEIRA, do Estúpido Maestro, apresenta a sua escolha:


NAPOLEON (escrito por Stanley Kubrick)
Proposta de Realizador: STANLEY KUBRICK


"A vida de um dos maiores personagens de sempre, Napoleão Bonaparte, à visão do maior génio da história do cinema, Stanley Kubrick. Kubrick, obcecado por Napoleão desde pequeno, estava de tal modo preparado para este projecto que saberia responder com prontidão quais os gostos gastronómicos de Napoleão até ao tempo que estaria numa batalha especifica. Tratava-se de um projecto mastodontico que sempre foi rejeitado para infelicidade do mundo cinematográfico. Napoleão seria o melhor filme de sempre, Kubrick tinha 20 graduados de Oxford a estudarem biografias de Napoleão, as lentes de Barry Lyndon não terão sido pensados para esse efeito mas para o filme sobre Napoleão. A cena da orgia de Eyes Wide Shut terá sido pensado para Napoleão, um homem que conseguiu dos filmes mais extraordinários da história do cinema, e a meu ver o mais bem feito, "Laranja Mecânica", vê assim o sua obra-prima rejeitada. É quase perturbador como o melhor filme de sempre nunca foi feito."

Thursday, September 2, 2010

Veneza exibe fotografias de Kubrick tiradas na Praia da Nazaré


É verdade. Já as conhecia (duas ou três) mas não sabia que tinham tamanha dimensão. A exposição estará no Festival de Veneza entre 1 e 11 de Setembro, e passará pelos Estados Unidos e Japão, entre outros, antes de chegar a Lisboa.

Monday, May 17, 2010

2001: Space Odyssey / 2001: Odisseia no Espaço (1968)

Não tenho dúvidas de que estou perante um dos títulos não-intelectuais (como, e recorrendo a um exemplo do mesmo autor, "Clockwork Orange") mais bem conseguidos que já li. "Odisseia". É a síntese perfeita para esta tão diferente experiência - é de uma pura deambulação anestética, um sentimento de completo envolvimento na esfera espacio-temporal da estória.

A chave para isto é o facto de estarmos perante uma obra essencialmente visual e musical, com pouquíssimos diálogos - os primeiros e os últimos vinte minutos do filme (num total de quarenta, aprox.) passam-se sem qualquer fala. Estamos a falar de um filme idealizado em 1965, quatro anos antes do homem chegar realmente à lua (21 de Julho de 1969), em que vemos naves de vários tipos, bases espaciais, fatos de astronautas, a interacção do homem e um espaço de uma perfeição admirável (não sou eu ninguém para avaliar isso mas 1) Kubrick convocou peritos para o aconselharem nos mais ínfimos pormenores; 2) é tecnologia que eu aceitaria perfeitamente ver num filme actual, sobre o espaço). Estamos a falar da existência de um computador (HAL) que tem um nível de inteligência equiparável ao homem e da inclusão daquilo a que hoje chamaríamos uma conversa por webcam (apesar de aqui ser através de um telefone). Estamos a falar de efeitos de cores e luz belíssimos aquando da chegada a Júpiter. Eu sei que o homem foi um grande visionário, mas não consigo deixar de ficar atordoado de cada vez que penso.


Falei em música, também: são duas horas do melhor que há de música clássica. Bom, se me dissessem que havia um filme com naves e afins, incessantemente acompanhada por Beethoven ou Mozart, talvez me risse. Pobre tolo. Inspirou-se nas valsas alemãs para, ao olhar para a nave mãe da sua estória, que tem uma estrutura em forma de circunferência e em permanente rotação, nos injectar com a famosa melodia de Johann Strauss II, O Danúbio Azul.

A harmonia entre a rotação das naves, os planetas redondos, as naves redondas, os astronautas às voltas, sempre que saem da nave, o design futurista de toques igualmente arredondados, a lentidão com que grande parte do filme se passa (efeito da gravidade) e esta fabulosa banda sonora transporta-nos para um certo estado de êxtase, se estivermos a conseguir apreciar tudo.

O argumento, a estória em si, também está muito interessante. Pode ser dividido em três capítulos:


1. Pré-histó
ria.
4 milhões de anos antes de 2001, em África. Sol, grandes pradarias. Vários animais. Duas tribos de macacos andam por ali, a fazer a sua vida - passamos algum tempo a assistir a isto. Numa manhã, um monolito negro caiu na Terra, para espanto e confusão dos primatas.
A partir do momento em que estão perante a sua presença, ter-se-à (é a interpretação que faço, e penso que é a correcta) desencadeado o processo de evolução, de onde surge o homem - depois do acontecimento, um dos macacos descobre as potencialidades que um osso pode ter (nomeadamente como arma). Logo de seguida, vemos os macacos a comer carne (já caçaram) e uma disputa sobre uma pequena "poça" de água que outrora partilhavam.


2.Viagem à Lua (2001)
Numa altura em que já nos podemos maravilhar com a criatividade futurista de Kubrick, Dr. Heywood Floyd (William Sylvester) chega a uma nave com o objectivo de dirigir uma expedição à lua onde havia sido encontrado um monolito negro, exactamente igual ao que caíra na Terra há 4 milhões de anos atrás (nota: a audiência está a par desse facto, não as personagens). Como é que esta sequência nos ajuda a perceber o poder que a pedra tem para gerar vida e despoletar a evolução ? Pelo facto das análises feitas ao bloco se puder afirmar que este havia sido enterrado deliberadamente. Uma informação que não se desenvolve e que, simplesmente, nos deixa divagar sobre que tipo de vida extra-terrestre existiu, porquê, como, e por aí adiante.

3. Viagem a Júpiter (2002)
O único vestígio que tinha sido retirado do monolito lunar que podia levar à descoberta da sua origem eram traços de uma comunicação radiofónica para ... Júpiter. A missão conta com o Dr. Dave Bowman (Keir Dullea), Dr. Frank Poole (Gary Lockwood) e três outros cientistas que estariam em modo de hibernação até à chegada ao destino. Passando por cima do conflito que surge no decorrer da viagem, Bowman acaba por ser o único a chegar ao distante planeta, onde encontra um monolito semelhante e um cenário completamente inacreditável, surrealista, deparando-se com sucessivas visões da sua pessoa em idade cada vez mais avançada (ele próprio, ao atravessar o "fluxo de energia" para entrar no planeta, envelhece alguns anos). De repente, estamos perante um Bowman velhíssimo e doente, deitado numa cama. É mesmo ele.
Um novo monolito negro aproxima-se e ele toca-o. A imagem seguinte, a última, é uma bola de luz verde, envolvendo algo que concluo ser um "bebé ET" a dirigir-se para a Terra.

Saturday, April 24, 2010

The Shining (1980)


Baseado na obra literária de Stephen King, com o mesmo título, trazido para o cinema por Kubrick, The Shining é outro daqueles que entra, imediatamente no segundo em que termina, para a minha lista de filmes favoritos.

Uma família, pai, mãe e filho, isola-se num grande hotel de luxo, nas montanhas, longe da civilização, durante sete meses. Jack Torrence (Jack Nicholson), o pai, é um escritor que precisa de um "retiro espiritual" onde possa beber inspiração para o seu trabalho, motivo que o leva a candidatar-se ao cargo de caretaker (zelador) do Overlook Hotel, onde o ar é puro, a paisagem é linda e o sossego não tem fim.

Porém, a vida não será fácil - a tragédia protagonizada pelo último caretaker antes de Jack surge como um forte indício de fatalidade. À medida que Jack enlouquece, Danny Torrence (Danny Loyd), o filho, vê constantemente, na sua cabeça, imagens passadas do que lá se passou e imagens futuras do que se virá a passar, num claro paralelismo feito entre o assassinato da família Grady e o possível massacre da família Torrence. A este dom da criança, ensina-lhe Dick Hallorann (Scatman Crothers), dá-se o nome de shining, também partilhado pelo simpático cozinheiro do hotel. Já Wendy (Shelley Duvall), a mãe, procura o conforto do marido, assistindo impotente à sua transformação violenta e o bem estar da criança, assistindo a impotente às perturbações causadas pelas suas visões.


O argumento está de um engenho de mestre. Senti que toda e qualquer cena teve grande significado. A construção do suspense é perfeita: a tragédia dos Grady, as visões de Danny, os diálogos com Dick e a sua voz grave, quase em tom de aviso, as expressões fantásticas de Nicholson, tudo isso nos faz antever que a tragédia final é inevitável. Porém, sendo uma das chaves do sucesso do filme, são poucas as cenas ao longo do filme em que acontece algo realmente fora do normal, assustador, mau - o que só contribui para acumular mistério e tensão (e aqui também as músicas e os sons têm uma importância fulcral).

Para mim, há três cenas fenomenais - uma qualidade que só se concebe com um grande argumento e grandes interpretações: 1) os diálogos imaginários de Jack com Lloyd, o empregado do bar e com Grady (no fundo são quatro cenas); 2) "Redrum"; 3) a invasão final de Jack ao quarto da família, como "mítico" machado.

Entrei nos actores, mas tenho pouco a dizer. Shelley faz um bom papel, que não achei extraordinário. O mesmo não digo quanto à criança. É provável que o cinema tenha perdido aqui um grande actor, quando Danny decidiu que não queria fazer do cinema a sua vida - hoje tem quase 40 anos e é professor de Ciências numa escola do Michigan. Por fim, por muito boa que esteja a história, por mais saborosa que seja uma realização do K. (vénia para uma parte que aparece várias vezes, a inundação de sangue), o filme não seria o mesmo sem Jack Nicholson.

Friday, April 9, 2010

A Clockwork Orange / Laranja Mecânica (1971)


A primeira coisa que me saltou à vista foram os cenários - os que correspondem a algo construído pelo homem, como uma casa. A decoração e configuração da casa de Alex DeLarge (Malcom McDowell, que eu só conhecia de Heroes, como Linderman) e daquela em que o grupo viola uma mulher, que vem, mais tarde, a servir de tecto ao nosso personagem principal, revela a sua impressionante visão futurista. Se me dissessem que era algo actual, acreditaria. Também é verdade que de moda percebo pouco, mas parecia mesmo moderno. A este tratamento vanguardista, deixem-me acrescentar uma nota sobre as filmagens bastante explícitas dos nus. Notem, para tudo isto que acabei de dizer, que já lá vão quase 40 anos.


A isto acresce o facto de ser uma grande história. Anda à volta do tema da violência e do debate filosófico entre a função da sanção, neste caso, a prisão (punição(/retributivismo vs reabilitação), que já vem a ser tratado desde os gregos.


A violência é retratada de uma forma fantástica, numa espécie de comédia sádica – aos actos cruéis (agressão a um velho sem abrigo, bêbedo; violação de mulheres) subjazem as posturas descontraídas e gozonas do grupo (os comentários, as máscaras, os fatos que, noutro contexto, seriam apenas idiotas, o tom de voz de Alex, a música divertida e engraçada que quase nunca pára). Por momentos, é capaz de nos fazer pensar se não estaremos com um sorriso estúpido na cara, a achar graça às maldades que os rapazes vão perpetuando.


A certa altura, DeLarge é traído pelos amigos (os indícios já o faziam prever) e acaba por ir para à prisão, onde a sua postura de “mandrião” autêntico (parece-me uma boa qualificação) é completamente desmontada. Baixa a bolinha e começa a converter-se (talvez esta conversão deve ficar entre aspas, se é que me percebem) à religião. É um claro percurso de lambidela de botas, de uma intencional pseudo-ingenuidade e pseudo-arrependimento, igualmente cómicos. Muito bom.


Às tantas, lá arranja maneira de se submeter ao mais recente tratamento do Ministério da Justiça, que promete curar todo o intento criminal de todo o criminoso, a fim de tornar a sua reinserção na sociedade mais fácil e desejável. É uma autêntica tortura para o personagem e acaba por resultar de forma exagerada e desumana – não consegue suportar violência nem sexo, de forma alguma. Enquanto que, aqui, alguns defendem que se deve seguir com a punição dos criminosos, outros defendem que o caminho é a reabilitação. O tal debate.


A saída da prisão acaba por só trazer mais desgraças. Os seus pais têm um novo “filho”, e praticamente rejeitam o pródigo, é espancado por um grupo de sem-abrigo, é torturado fisicamente pelos colegas traidores (que, na altura, já são polícias) e psicologicamente por um homem que deixou inválido, num dos seus ataques (em que também matou a sua mulher). Notem que isto é tudo de seguida: é espancado, os polícias salvam-no; foge e vai dar com a casa do homem. Esta última travessia é particularmente engraçada, já que o instrumento de tortura é a sua outrora música preferida, a 9ª sinfonia de Beethoven, cujo repúdio foi um dos efeitos secundários do famoso tratamento “Ludovico”.



Eis que chega o final. O Ministro da Defesa, interessado em manter o seu capital político, corrompe o nosso “humilde protagonista” (é, entre outras coisas, assim que ele se apelida, enquanto narra a história), que estava no hospital, após uma tentativa de suicídio, por não aguentar aquela tal tortura psicológica – a imprensa e o povo logo caíram em cima do governo, acusando o seu programa de violação dos direitos humanos. Nos últimos segundos, o Ministro pensa que consegue corrigir a situação, pousando para a comunicação social, num ambiente de cumplicidade, com Alex. No entanto, parece que até a reabilitação tem cura …


Aqui pode entrar uma breve explicação do título (que, confesso, não percebi, quando vi o filme). Basicamente, o homem tem sempre a opção de escolher o caminho do bem ou do mal. Neste sentido, é como uma laranja, um organismo vivo, com cor e sumo. No entanto, Alex é condicionado e forçado a escolher o bem. É nessa altura que se torna uma laranja mecânica. Fantástico.


Uma última nota para os diálogos, que estão brilhantes.


TRAILER

POSTER