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Sunday, January 16, 2011
Winter's Bone (2010)
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Saturday, September 4, 2010
Os melhores das décadas, 2000: Memento
Thursday, August 19, 2010
The Ghost Writer / O Escritor Fantasma (2010)

A atmosfera é constantemente pesada, dura e avassaladora, com um céu de um cinzento carregado, a noite gélida e húmida, a chuva torrencial e crepitante, como o seu inimigo fogo. A fatalidade climatérica é uma fatalidade emocional, às quais se aliam os cenários perturbantemente fechados, isolados e distantes, do posto de de Adam Lang e equipa, da ilha, do barco, da casa de Paul Emmet. As transições entre uns e outros, o contraste com uma paisagem aberta e libertadora, mas ainda assim de cores mortas e com horizonte no mar, constroem uma incontornável conspiração entre mão do homem e a natureza, na confinação dos personagens a uma autêntica e omnipresente prisão psicológica e política


Os minutos finais são passíveis de deixar qualquer audiência colada à cadeira, ao contarem com a solução que temos vindo a procurar desde o início e com duas grandes cenas finais - um close shot perseguidor do bilhetinho da revelação, com grande aumento da tensão e da expectativa (verdadeiramente thrilling) e o atropelamento, casual ou não, do homem que era uma pedra no sapato, como já o havia sido o seu antecessor, com as folhas do manuscrito a inundarem as frias ruas de londres - de quem são estas palavras ao vento ? Um mistério que, na estória para lá da que vemos, nunca será resolvido.

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Saturday, July 24, 2010
Inception / A Origem (2010)

A Origem é um thriller psicológico ao jeito do que já vimos no, para mim ainda superior Memento. Há a equipa dos bons, a (ou "as") equipa dos maus, há o plano, com muita acção, tiros, explosões e perseguições, há os previsíveis acidentes de percurso e há, concebida com uma originalidade desafiante, a controladora atmosfera psicanalítica. Uma viagem pelo mundo dos sonhos e pela sua representação, confusão e fusão com a realidade e pelo subconsciente, o mais profundo e impenetrável guardião de segredos que comporta a natureza humana e e a actividade cósmica, o núcleo fundamental da personalidade (o id de Freud), a origem de todas as ideias (o erro de Descartes ?).

A fotografia é belíssima, a começar pela imagem inicial do embate bruto das ondas contra as quase frágeis rochas, o mar que representa tudo aquilo que o Homem não sabe que é, e cujo vislumbre apenas faísca no limbo do ser e do não ser, da percepção e da ilusão, mas que nos envolve e erode de forma inevitável. Nota muito positiva para os efeitos poderosos da arquitectura dos sonhos e, especialmente, para uma montagem incrivelmente inteligente, emocionante, arrebatadora (como a cena inicial em que Cobbs é "empurrado" para a banheira e o que se passa no sonho), sempre acompanhada por uma música épica e uma câmara que pauta um ritmo ofegante e excitante.
Gostei das interpretações dos actores, especialmente das de Di Caprio e de Lewitt.
Monday, May 17, 2010
2001: Space Odyssey / 2001: Odisseia no Espaço (1968)

A chave para isto é o facto de estarmos perante uma obra essencialmente visual e musical, com pouquíssimos diálogos - os primeiros e os últimos vinte minutos do filme (num total de quarenta, aprox.) passam-se sem qualquer fala. Estamos a falar de um filme idealizado em 1965, quatro anos antes do homem chegar realmente à lua (21 de Julho de 1969), em que vemos naves de vários tipos, bases espaciais, fatos de astronautas, a interacção do homem e um espaço de uma perfeição admirável (não sou eu ninguém para avaliar isso mas 1) Kubrick convocou peritos para o aconselharem nos mais ínfimos pormenores; 2) é tecnologia que eu aceitaria perfeitamente ver num filme actual, sobre o espaço). Estamos a falar da existência de um computador (HAL) que tem um nível de inteligência equiparável ao homem e da inclusão daquilo a que hoje chamaríamos uma conversa por webcam (apesar de aqui ser através de um telefone). Estamos a falar de efeitos de cores e luz belíssimos aquando da chegada a Júpiter. Eu sei que o homem foi um grande visionário, mas não consigo deixar de ficar atordoado de cada vez que penso.

Falei em música, também: são duas horas do melhor que há de música clássica. Bom, se me dissessem que havia um filme com naves e afins, incessantemente acompanhada por Beethoven ou Mozart, talvez me risse. Pobre tolo. Inspirou-se nas valsas alemãs para, ao olhar para a nave mãe da sua estória, que tem uma estrutura em forma de circunferência e em permanente rotação, nos injectar com a famosa melodia de Johann Strauss II, O Danúbio Azul.
A harmonia entre a rotação das naves, os planetas redondos, as naves redondas, os astronautas às voltas, sempre que saem da nave, o design futurista de toques igualmente arredondados, a lentidão com que grande parte do filme se passa (efeito da gravidade) e esta fabulosa banda sonora transporta-nos para um certo estado de êxtase, se estivermos a conseguir apreciar tudo.
O argumento, a estória em si, também está muito interessante. Pode ser dividido em três capítulos:

1. Pré-história.
4 milhões de anos antes de 2001, em África. Sol, grandes pradarias. Vários animais. Duas tribos de macacos andam por ali, a fazer a sua vida - passamos algum tempo a assistir a isto. Numa manhã, um monolito negro caiu na Terra, para espanto e confusão dos primatas.
A partir do momento em que estão perante a sua presença, ter-se-à (é a interpretação que faço, e penso que é a correcta) desencadeado o processo de evolução, de onde surge o homem - depois do acontecimento, um dos macacos descobre as potencialidades que um osso pode ter (nomeadamente como arma). Logo de seguida, vemos os macacos a comer carne (já caçaram) e uma disputa sobre uma pequena "poça" de água que outrora partilhavam.

2.Viagem à Lua (2001)
Numa altura em que já nos podemos maravilhar com a criatividade futurista de Kubrick, Dr. Heywood Floyd (William Sylvester) chega a uma nave com o objectivo de dirigir uma expedição à lua onde havia sido encontrado um monolito negro, exactamente igual ao que caíra na Terra há 4 milhões de anos atrás (nota: a audiência está a par desse facto, não as personagens). Como é que esta sequência nos ajuda a perceber o poder que a pedra tem para gerar vida e despoletar a evolução ? Pelo facto das análises feitas ao bloco se puder afirmar que este havia sido enterrado deliberadamente. Uma informação que não se desenvolve e que, simplesmente, nos deixa divagar sobre que tipo de vida extra-terrestre existiu, porquê, como, e por aí adiante.

O único vestígio que tinha sido retirado do monolito lunar que podia levar à descoberta da sua origem eram traços de uma comunicação radiofónica para ... Júpiter. A missão conta com o Dr. Dave Bowman (Keir Dullea), Dr. Frank Poole (Gary Lockwood) e três outros cientistas que estariam em modo de hibernação até à chegada ao destino. Passando por cima do conflito que surge no decorrer da viagem, Bowman acaba por ser o único a chegar ao distante planeta, onde encontra um monolito semelhante e um cenário completamente inacreditável, surrealista, deparando-se com sucessivas visões da sua pessoa em idade cada vez mais avançada (ele próprio, ao atravessar o "fluxo de energia" para entrar no planeta, envelhece alguns anos). De repente, estamos perante um Bowman velhíssimo e doente, deitado numa cama. É mesmo ele.
Um novo monolito negro aproxima-se e ele toca-o. A imagem seguinte, a última, é uma bola de luz verde, envolvendo algo que concluo ser um "bebé ET" a dirigir-se para a Terra.

Saturday, April 24, 2010
The Shining (1980)

Baseado na obra literária de Stephen King, com o mesmo título, trazido para o cinema por Kubrick, The Shining é outro daqueles que entra, imediatamente no segundo em que termina, para a minha lista de filmes favoritos.
Uma família, pai, mãe e filho, isola-se num grande hotel de luxo, nas montanhas, longe da civilização, durante sete meses. Jack Torrence (Jack Nicholson), o pai, é um escritor que precisa de um "retiro espiritual" onde possa beber inspiração para o seu trabalho, motivo que o leva a candidatar-se ao cargo de caretaker (zelador) do Overlook Hotel, onde o ar é puro, a paisagem é linda e o sossego não tem fim.
Porém, a vida não será fácil - a tragédia protagonizada pelo último caretaker antes de Jack surge como um forte indício de fatalidade. À medida que Jack enlouquece, Danny Torrence (Danny Loyd), o filho, vê constantemente, na sua cabeça, imagens passadas do que lá se passou e imagens futuras do que se virá a passar, num claro paralelismo feito entre o assassinato da família Grady e o possível massacre da família Torrence. A este dom da criança, ensina-lhe Dick Hallorann (Scatman Crothers), dá-se o nome de shining, também partilhado pelo simpático cozinheiro do hotel. Já Wendy (Shelley Duvall), a mãe, procura o conforto do marido, assistindo impotente à sua transformação violenta e o bem estar da criança, assistindo a impotente às perturbações causadas pelas suas visões.

O argumento está de um engenho de mestre. Senti que toda e qualquer cena teve grande significado. A construção do suspense é perfeita: a tragédia dos Grady, as visões de Danny, os diálogos com Dick e a sua voz grave, quase em tom de aviso, as expressões fantásticas de Nicholson, tudo isso nos faz antever que a tragédia final é inevitável. Porém, sendo uma das chaves do sucesso do filme, são poucas as cenas ao longo do filme em que acontece algo realmente fora do normal, assustador, mau - o que só contribui para acumular mistério e tensão (e aqui também as músicas e os sons têm uma importância fulcral).
Para mim, há três cenas fenomenais - uma qualidade que só se concebe com um grande argumento e grandes interpretações: 1) os diálogos imaginários de Jack com Lloyd, o empregado do bar e com Grady (no fundo são quatro cenas); 2) "Redrum"; 3) a invasão final de Jack ao quarto da família, como "mítico" machado.
Entrei nos actores, mas tenho pouco a dizer. Shelley faz um bom papel, que não achei extraordinário. O mesmo não digo quanto à criança. É provável que o cinema tenha perdido aqui um grande actor, quando Danny decidiu que não queria fazer do cinema a sua vida - hoje tem quase 40 anos e é professor de Ciências numa escola do Michigan. Por fim, por muito boa que esteja a história, por mais saborosa que seja uma realização do K. (vénia para uma parte que aparece várias vezes, a inundação de sangue), o filme não seria o mesmo sem Jack Nicholson.
Thursday, April 1, 2010
The Usual Suspects (1995)
(a ser editado e re-publicada)
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