Showing posts with label Nicholas Cage. Show all posts
Showing posts with label Nicholas Cage. Show all posts

Friday, January 27, 2012

Charlie Kaufman is cooking a new great film


Charlie Kaufman broke through in the industry by spec selling his eerie psycho-philosophical comedy Being John Malkovich (1999) about what's it like living inside real life actor John Malkovich. The weirdo genre tackle stands for no pseudo-intelectual crap but for a very funny story covering really complex debates of the human mind. After Human Nature (2001) and Confessions of a Dangerous Mind (2002), he faced Fellini-like artistic block and thus following the Italian master put his creative conflicts in paper and wrote the semi-autobiographical psychological drama with a wing for thriller Adaptation (2002), one of the most engaging, puzzling and relevant pieces of work I've read. By the third time he finally accepted the Oscar for Best Original Screenplay, for the romantic recollection psychological drama Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2006).

Kaufmanesque went to be coined throughout the years, a term of an assumed despise for Hollywood traditional storytelling, meaning the ability of turning philosophical concepts/theories and the functioning of the brain against the heart from an external viewpoint into deeply enveloping stories and characters, yielding some of the most impressive emotional results alternative and even cemented screenwriting has ever accomplished.

I am drawn to believe his most recent film, Synecdoche NY is much as far as someone can get of saying his/her movie is about life (don't get me wrong, I hate Gilles Deleuze). A man recreates his daily routine in a local theater only to realize at the end of his days he ended up rehearsing his entire life nonstop, loosing track of time, his peers and himself - don't take this deleuzian-like, not even as a metaphor, for all of this becomes strangely materialized and visual. This is Kaufman's directorial debut, extraordinary job, and I am sure I'd list it as one of the top 5 most underrated movies of all time.

I'm not done here. A great actor can't do without a great part. Charlie creates some of the most original and amazing characters of contemporary storytelling and is somehow responsible for taking Sam Rockwell to win Best Actor in Berlin'03, Catherine Keener, Nicholas Cage, Meryl Streep and Kate Winslet to be Oscar nominated and Chris Cooper to actually winning the Oscar in 2003. He also allowed Jim Carrey to act the performance of a lifetime (so far), proving himself as an accountable actor playing huge dramatic roles, something only matched by Adam Sandler and Paul Thomas Anderson's teaming up in Punch-Drunk Love.

He sure did take the film screenplay to a whole new level, respect and marketing-wise. People usually refer to his films as a Charlie Kaufman film, more than a Spike Jonzee or a Michel Gondry film (not disregard).

Now, dear reader, as I had previously noticed, the new K. after Franz is preparing what seems to be another astounding storytelling achievement. The synopsis I reported is still the same: the conflict between a 29-time Oscar nominee and a bitter frustrated film blogger. Now take a look at the awesome cast: Steve Carell (starring), Jack Black (antagonist), Nicholas Cage (washed-up actor), Kevin Kline, Catherine Keener and Kate Winslet. Once again, only talented funny and emotion triggering personnel.

Saturday, July 23, 2011

Kaufman is directing again




While preparing a new collaboration with director Spike Jonze (Being John Malkovich, Adaptation) in a so far secret comedy/satire project about a gathering of the world's most powerful leaders, Charlie Kaufman is also setting up the pieces for his 2nd directorial work. The first was Synecdoche, New York in 2009, a utter commercial flop staring Philip Seymor Hoffman and Catherine Keener - maybe due to its limited theatrical release, for Roger Ebert elected it best film of the year. Frank or Francis, also written by himself, is a musical piece about a filmmaker and the blogger who constantly shreds his movies apart. Nicholas Cage (Adaptation), Jack Black and Steve Carrel are already in talks for some parts.


Saturday, May 15, 2010

Kick Ass (2010)

"Kick Ass", que estreou em Portugal a 22 de Abril, é o mais recente projecto de Matthew Vaughn (na direcção, guião e produção), Jane Goldman (no guião e produção) e tantos outros, mais ou menos conhecidos (como Brad Pitt, na produção).

As críticas, em geral, não são animadoras:

- é impossível gostar disto se não formos fãs da banda desenhada [em que se baseia o filme], nomeadamente porque não percebemos muitas das piadas;

- é um filme pretensioso que, ao auto-intitular-se como 'realista', rapidamente se torna numa 'fantasia' ;

- é de um irrealismo quase ridículo a partir do momento da entrada em cena da Hit Girl;

- a voice off com piadas irritantes.

Não podia discordar mais.

"With no power comes no responsibility. Except that wasn't true." - É esta a estória do filme.

A primeiríssima cena do filme está muito engraçada. A meu ver, lança logo um aviso quanto à forma, ou quanto a uma das formas, com que temos de encarar os 120 minutos que se seguem: sempre com a noção de que é suposto sentir-se um certo rasgo de comicidade, reconhecer um certo tom jocoso em cada cena. Trata-se de um sujeito, com um fato de super-herói e umas asas, a cair a pique de um arranha céus, qual Ícaro, perante uma multidão extasiada e a aplaudir, acabando por se espetar de cabeça em cima de um carro. Tudo isto em breves segundos, enquanto a tal voz off anuncia a premissa principal: porque é que nunca ninguém se lembrou de se tornar um super-herói que, ainda que sem poderes, combatesse o crime ? Porque é que não podem haver heróis sem poderes ?

Dave Lizewski (Aaron Johnson) é um rapaz de 17 anos que se interroga sobre isso. A sua vida é semelhante à de muitos super-heróis, antes de o serem (buzina a tocar *Peter Parker*, repetidamente). É um geek das bandas desenhadas (as piadas sobre o Batman, Homem-Aranha e Super-Homem são recorrentes, durante o filme -primeira crítica relativamente desmontada, já que nunca li bandas desenhadas dos senhores), com óculos, incrivelmente excitado com qualquer rapariga (seios são a sua principal fraqueza) e apenas se dá com dois rapazes iguais a ele. O seu único poder é "ser invisível para as miúdas". É incrivelmente indiferente para a sociedade.

A tudo isto se junta a inalterabilidade das suas rotinas (a sua mãe morre à mesa do pequeno almoço, com um aneurisma, para sua quase indiferença, numa cena fantástica em que o cenário em nada se modifica; apenas a mãe desvanece e os cereais continuam os mesmos) e a passividade das pessoas no combate ao crime (ele os amigos são assaltados várias vezes pelos mesmos rufias, sendo que na cena que vemos, há alguém a observar da janela, impotente).

Eis que Dave se decide a por fim a tudo isto e encomenda o seu fato verde e amarelo, a sua máscara, cria a sua página no myspace (afinal, é um herói das novas gerações) e se intitula de "Kick Ass". As suas primeiras intervenções não correm bem e acaba por ser brutalmente espancado, acabando no hospital.

Deixo aqui mais uma nota: ao tom cómico que evidenciei à bocado, entra aqui a faceta ultra-violence do filme. É pancada a sério.

Por esta altura, Katie Deuxma (Lyndsy Fonseca), a rapariga dos sonhos de Dave, assim como o resto da escola, julga que ele é gay (teoricamente, havia sido encontrado espancado e sem roupas, o que não foi verdade) - se antes não lhe ligava, agora, como todas as raparigas da nossa realidade, "i've alwas wanted a friend like you.". Os seus amigos convencem-no a manter o disfarce, para se aproximar dela. A sua vida começava a mudar.

Porém, o grande turn é quando, em Kick-Ass mode, ajuda um homem que estava a ser espancado por outros três - uma luta intensa, duradoura e bem filmada (como disse, pancada a sério). Alguns "espectadores" aplaudiram, deliciados, fez manchete dos jornais, apareceu nos telejornais e no youtube e alcançou os 16.000 amigos no myspace (contra uns míseros 38 da página de Dave, ele próprio).

Mas vejamos: trata-se de um tipo desajeitado, que não sabe lutar, sem experiência em nada de nada. Acaba por se meter em sarilhos e ser salvo pelo Big Daddy (Nicholas Cage) e pela Hit Girl (Chloe Grace Moretz). Quem são estes ? Big Daddy é um sujeito com um fato do Batman que esteve preso por causa do gang de Frank D'Amico (Mark Strong), algo que a sua mulher não aguentou, acabando por morrer, mas sem antes deixar uma filha. Hit girl é ... a filha. Com um esconderijo repleto de armas de todo e qualquer tipo, Damon Macready treinou arduamente a filha, Mindy Macready (assistimos a uma das sessões, chamemos-lhe "resistência a tiros") tornando-a numa 12 year old cold-hearted invincible ninja bitch.

Nova nota. A rapariga tem 12 anos e manuseia com mestria e precisão qualquer tipo de faca, arma de fogo e afins. É ela que vai espetar, rasgar, cortar, mutilar, fuzilar, enfim, destruir e matar tudo e todos a partir de agora. Revejam as críticas de que falei no início. Parece-me que uma visão como as tais só é possível se admitirmos que há uma verdadeira pretensão de realismo no filme, que, a meu ver, não há - o tal tom jocoso que devemos sempre levar em conta, torna esse realismo num pseudo-realismo, numa ironia saborosa.

É por isso que, daqui para a frente, experimentamos uma estranha mistura entre um humor-parvo subtil (cá vai mais um exemplo, vejam a segunda cena de "sexo" entre Dave e Kate, ou a frase que ela diz antes de o irem fazer, para ... as traseiras de um café) e uma violência explícita e surrealista. A mim caiu-me bem. Entreteve-me e fez-me rir. Mas é claro que chovem comentários e piadas com comparações em relação ao Jackie Chan.

A certa altura acaba por entrar em cena um outro super-herói: Red Mist (Christopher Mintz-Plasse). Trata-se de Chris D'Amico, filho do vilão Frank D'Amico, que tem como função atrair, primeiro Kick Ass e, depois, Big Daddy e Hit Girl, para as garras do pai, já que eram eles os responsáveis pelas mortes de dezenas dos seus homens. Inicialmente indeciso entre o bem e o mal, acaba por, nos segundo finais, se converter ao mal, lançando as sementes para a sequela (que chega em 2012), provavelmente adoptando uma postura de vingança da morte do pai.

Morte do pai ? Sim, é verdade. No climax, assistimos a uma autêntica carnificina essencialmente perpetrada pela pequena rapariga (vingando a morte de Damon, que acontece umas cenas antes). Porém, a certa altura, também para ela as coisas correm mal. É quando surge Kick Ass, finalmente a fazer alguma coisa de jeito, no seu jet-pack (quem já jogou GTA ?), acabando por utilizar a tão requisitada bazuca, num só homem.

O final é feliz, mas não o será por muito tempo. Dave parece até estar a adivinhar o que lhe espera num futuro próximo - "Kick Ass was gone. But not forgotten.".

Em suma: 1) gostei bastante; 2) acho que há uma inteligente intencionalidade em fazer o filme balançar entre o cómico-estúpido e a violência bruta; 3) acho que a Hit Girl é mesmo para ser encarado nessa perspectiva (ponto 2), como algo incrivelmente irrealista e impossível; 4) sinto dificuldades em ver Mintz-Plasse fora do McLovin; 5) boas músicas e excelente ligação com as imagens 6) grande louvor para Chloe, também grande responsável por achar que o papel da personagem resultou tão bem (grande promessa do cinema), outro para Aaron.