Um filme que vi e revi, que me proporcionou algo na primeira vez e que se evadiu quase completamente na segunda. Infelizmente.
Uma paisagem aberta, longíqua, um carro às voltas. Em algum lado, para algum lado, enfim, em lado nenhum e para lado nenhum. Solidião e aborrecimento, era o que, desde as entrevistas até esta primeira cena, aquilo que Coppola se propunha a retratar, algo que apenas conseguiu em alguns momentos. Podíamos ter tido uma série infinita de cenas silenciosas, lentas, (pseudo) metafísicas, sem grande relevância para as personagens e, consequentemente, para a história e para a nossa identificação com tudo o que se passa. Mas ainda contámos com coisas simples mas bem feitas, que docemente retratam a melancolia do dia-a-dia de Johnny - adormecer em pleno striptease de duas gémas loiras (grande cena, divertidíssima); chamá-las no dia seguinte para se redimir com um contentamento falsificado; adormecer a fazer sexo; divagar em festas.
O final é muito mau e a serenidade que ainda se podia retirar dos pequenos bons momentos é substituída por total insalubridade.