Um filme que vi e revi, que me proporcionou algo na primeira vez e que se evadiu quase completamente na segunda. Infelizmente.
Uma paisagem aberta, longíqua, um carro às voltas. Em algum lado, para algum lado, enfim, em lado nenhum e para lado nenhum. Solidião e aborrecimento, era o que, desde as entrevistas até esta primeira cena, aquilo que Coppola se propunha a retratar, algo que apenas conseguiu em alguns momentos. Podíamos ter tido uma série infinita de cenas silenciosas, lentas, (pseudo) metafísicas, sem grande relevância para as personagens e, consequentemente, para a história e para a nossa identificação com tudo o que se passa. Mas ainda contámos com coisas simples mas bem feitas, que docemente retratam a melancolia do dia-a-dia de Johnny - adormecer em pleno striptease de duas gémas loiras (grande cena, divertidíssima); chamá-las no dia seguinte para se redimir com um contentamento falsificado; adormecer a fazer sexo; divagar em festas.
O final é muito mau e a serenidade que ainda se podia retirar dos pequenos bons momentos é substituída por total insalubridade.
A Sofia desiludiu, portanto?
ReplyDeleteJá agora, o que achaste de Stephen Dorff e da pequena Fanning?
(Ainda não vi o filme)
Também concordo contigo, Diogo:
ReplyDeleteO filme é deslumbrante quando o vemos. Mas pouco me ficou do filme desde então. É um esforço menor da Sofia Coppola em voltar a um terreno que conhece bem.
Contudo, sinceramente, ela tem o meu coração depois de VIRGIN SUICIDES + LOST IN TRANSLATION + MARIE ANTOINETTE, por isso pode continuar a fazer SOMEWHEREs que eu não me importo.
Cumprimentos!
Sim, já nos deu peças adoráveis. Mas vou querer que me surpreenda da próxima vez, e gostava mesmo que fugisse a este registo.
ReplyDelete