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Friday, April 29, 2011
Sala Manoel de Oliveira
A rebaptizada sala principal do emblemático Cinema S. Jorge, atitude recebida com emoção pelo histórico realizador português.
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Thursday, April 28, 2011
Trailers: Harry Potter, parte 2
O primeiro foi inserido na edição da primeira parte para Blu-Ray; o segundo (que não foi possível incorporar, pelo que deverão seguir pelo próprio link), é o primeiro trailer oficial divulgado na internet. Não gostei tanto com dos da primeira parte, mas não odiei. Parece-me óbvio (e já se fazia antever) que irá perder o tom misterioso e subtil que ainda conseguiu ter nos primeiros 140 minutos, já que todo o filme será um autêntico terceiro acto (de uma saga), cheio de lutas e batalhas, feitiços e explosões, monstros e rasgos apocalípticos, a um ritmo frenético e exuberante. Adivinho-lhe maior melodrama (voltando, nessa dimensão, a descer de novo ao público mais juvenil) e uma continuação de um grandioso trabalho de Eduardo Serra.
TRAILER OFICIAL DIVULGADO NA INTERNET
TRAILER OFICIAL DIVULGADO NA INTERNET
Wednesday, April 27, 2011
IndieLisboa'11: os mais esperados - Parte 1
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COMPETIÇÃO INTERNACIONAL - CURTAS METRAGENS
La Fille & Le Chasseur, SUI, anim.
Os Milionários, POR, anim. (este é o que mais me atrai, de todo o festival)
On the Water, HOL, anim.
The Death of an Insect, FIN, anim.
Diarchia, ITA/FRA, fic.
Memme, BEL, anim.
Irma, MEX/EUA, doc.
House Wonders, Birds Water Full, ALE, anim.
1989 (When I Was 5 Years Old), DIN, fic.
Diane Wellington, FRA, fic.
Wakasa, POR, doc.
Pixels, FRA, anim.
Far From Manhattan, FRA, fic.
How To Pick Berries, FIN, doc.
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL - LONGAS METRAGENS
Above Us Only Sky, Jan Schomburg, ALE, fic., 2010.
Attenberg, Athina Rachel Tsangari, GRE, fic., 2010.
O Céu Sobre os Ombros, Sérgio Borges, BRA, fic./doc., 2010.
Gravity Was Everywhere Back Then, Brent Green, EUA, fic., 2010.
Memory Lane, Michaël Hers, FRA, fic., 2010.
COMPETIÇÃO NACIONAL - CURTAS METRAGENS
Memórias de Cão, POR, anim.
Incêndio, POR/BRA, fic.
Homenagem a quem não tem onde cair morto, POR, fic.
Liberdade, POR, fic.
Alvorada Vermelha, POR, fic.
COMPETIÇÃO NACIONAL - LONGAS METRAGENS
O Barão, Edgar Pêra, POR, fic., 2010.
O Que Há de Novo no Amor, vários, POR, fic., 2010.
Swans, Hugo Almeida, POR/ALE, fic., 2010.
OBSERVATÓRIO - LONGAS METRAGENS
Carlos, Olivier Assayas, FRA/ALE, fic., 2010.
Essential Killing, Jerzy Skolimowski, POL/NOR, fic., 2010.
Homme au Bain, Christophe Honoré, FRA, fic., 2010.
Kaboom, Greg Araki, EUA/FRA, fic., 2010.
Meek's Cutoff, Kelly Reichardt, EUA, fic., 2010.
Mulberry St., Abel Ferrara, EUA, doc., 2010.
Robinson in Ruins, Patrick Keiller, ING, doc., 2010.
Tabloid, Errol Morris, EUA, doc., 2010.
A Personal Journey with Martin Scorsese through American Movies (1995)
Sunday, April 24, 2011
Saturday, April 23, 2011
Pérolas prontas a brotar
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Andam
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Costumo, sobre este assunto, pegar sempre no festival de cinema de Sundance, como fiz neste artigo, em que escrevi umas breves linhas sobre Another Earth, agarrada e não mais largada pela perspicaz Fox Searchlight Pictures: "No dia em que a comunidade científica descobre um novo planeta no sistema solar, uma ambiciosa estudante e um reconhecido compositor cruzam os seus caminhos num trágico acidente.".
Hoje, já há poster e trailer para este drama de ficção científica, escrito e realizado por Mike Cahill (ajudado no guião pela actriz principal, Brit Marling), técnico especializado em efeitos especiais (questionava-me sobre como teriam, com os poucos recursos da produção independente, levar avante uma imagem como esta). O dia em que a população mundial descobre que, algures no universo, sempre existiu um segundo planeta Terra, com uma segunda versão de si próprios - "There's another you out there".
Por outro caminho segue Sleeping Beauty, pelas mãos da Paramount, que estreará este ano em Cannes, e que surpreende por ser a primeira expedição de Julia Leigh no grande ecrã. Conta a história de uma encantadora rapariga que se decide aventurar no mundo da prostituição e que descobre uma bizarra estratégia para satisfazer um estranho fetiche de vários clientes: fazer sexo com uma mulher a dormir. De cada vez, toca droga para desmaiar e apenas acordar na manhã seguinte sem se lembrar de rigorosamente nada.
Tal como em "Another Earth", o material promocional chama por nós e tem como outro grande trunfo Emily Browning (Sucker Punch), que parece vir fazer parte da jovem geração de grandes actrizes que já se faz sentir. Anseio por ambos.
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Friday, April 22, 2011
Ruiz volta a filmar em Portugal - será desta ?
Na altura escrevi no blog sobre a minha grande expectativa em relação a "Mistérios de Lisboa", produzido por Paulo Branco, escrito por Carlos Saboga, protagonizado por portugueses, apesar de ser realizado pelo chileno - obra lusitana, portanto. Questionei-me sobre se não seria o nosso primeiro grande épico. Da mesma forma, também na altura própria, manifestei o meu grande desagrado em relação ao filme, com os argumentos que apresentei neste mesmo espaço.
Chegou à poucos dias a notícia de que Raul Ruíz voltará a filmar em Portugal, de novo sob a alçada de Branco (que entretanto também está de volta de "Cosmopolis", de Cronenberg), o filme de título "As Linhas de Torres Vedras", sobre as invasões francesas em Portugal. Será este o título original e terá como tradução inglesa "The Lines of Wellington", e contará com monstruoso (para a nossa realidade) orçamento de quatro milhões e meio de euros.
Volto a ter grande expectativa e volto a depositar neste filme a esperança que depositei no outro, que, ainda assim, foi bem recebido. Com tamanho orçamento, não há razão para não se fazer um grande filme e estou certo de que o realizador estará à altura. A minha grande dose de cepticismo vai, enfim, para o argumentista, o mesmo, que também escreveu "Milagre Segundo Salomé", cuja crítica também já aqui deixei. Espero que, no mínimo dos mínimos, se dedique a uma exaustiva pesquisa ao estilo kubrickiano.
Tim Hetherington (1970 - 2011)
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As minhas condolências, lembrando aquela que foi a última frase que terá escrito nas suas notas - "Na cercada cidade líbia de Misrata. Forças de Kadhafi bombardeiam indiscriminadamente".
Thursday, April 21, 2011
Cannes'11 e os pseudo-artistas
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Saturday, April 16, 2011
Os próximos projectos de P.T.A. e Woody Allen
Divulgado vídeo sobre a rodagem de The Hobbit
"Please start shooting !", terminou Peter Jackson. A rodagem já começou e a estreia está agendada para meados de Dezembro de 2012. Por aqui, anseia-se para voltar a mergulhar no fantástico mundo de Tolkien (e de toda esta fantástica equipa de cinema).
Friday, April 15, 2011
Jack Sparrow no Festival de Cannes'11
Os Piratas abriram as velas e rumaram até França. O quarto filme da saga, On Stranger Tides, que contará com a participação de Penélope Cruz, terá estreia no festival de cinema de Cannes, fora de competição.
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Thursday, April 14, 2011
Os seleccionados para Cannes'11
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Foram hoje divulgados os candidatos seleccionados para a 64ª edição do festival de Cannes, numa edição que promete ser memorável. Com o júri constituído por Robert de Niro (Presidente do Juri), Emir Kusturica (Presidente da Un Certain Regard), Michael Gondry (Curtas-Metragens e Cinefoundation) e Jonn-Ho Bong (Presidente do "Câmara de Ouro"), os principais realizadores a marcar presença serão: Woody Allen (Midnight in Paris), a abrir; Terrence Malick (The Tree of Life); Pedro Almodóvar (La Piel que Habito); irmãos Dardenne (Le Gamin au Vélo), Aki Kaurismaki (La Havre); Nani Moretti (Habemus Papam), Lars von Trier (Melancholia), Gus Van Sant (Restless), Bruno Dumont (Hors Satan). Também Jodie Foster marcará presença, fora de competição, com The Beaver, protagonizado por Mel Gibson, num argumento que saiu da blacklist de Hollywood de 2009.
Saturday, April 9, 2011
Sidney Lumet (1924 - 2011)
O fim do Mundo, segundo Lars von Trier
Foi ontem divulgado o primeiro trailer do novo filme do cineasta dinamarquês, Melancholia, com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbrourg, Alexander Skarsgaard e Kiefer Sutherland. Pessoalmente, adorei, e agora as expectativas estão altas.
Thursday, April 7, 2011
There Will Be Blood / Haverá Sangue (2007)
Há filmes que, de cada vez que os vemos, nos extasiam ainda mais do que da última vez, numa cada vez mais profunda percepção de toda a sua conjugação de imagens, sons e narrativa. Ontem à noite cheguei da Cinemateca, depois de mais uma visualização de Haverá Sangue, a segunda em ecrã de cinema, e, desde então, não consigo pensar noutra coisa. Haverá obra mais magnífica que esta ? Muito poucas, as equiparáveis.
Em todos os domínios, em poucos minutos, sem qualquer diálogo, estão introduzidas todas as filosofias que vão enformar o filme. Tecnicamente, é a câmara fluída, participante, maquiavelicamente reveladora, misteriosa e tensa; é a cor, nos contrastes e no absoluto, com os tons maioritariamente quentes e desérticos e com as sombras e um negrume de arrepiar a alma (é em articulação com uma composição perfeita que vai deixar que haja planos que são autênticos quadros); é o som, milimétrico e rigoroso, que potencia em sinestesia a textura da imagem; é a música, gélida, cortante, que vai ser outra das faces do conflito e da personagem principal. Narrativamente, é na subtileza dos elementos, das acções, da composição e das expressões que se baseia o argumento (não obstante os diálogos inigualáveis). Tematicamente, é na clareza com que nos é apresentada aquela que talvez seja a mais ambiciosa e mais bem sucedida personagem que o cinema já conheceu.
Mas é depois de um incrível grande plano de Daniel, num grande trabalho de montagem e gestão da duração de planos, aquando de uma conversa com Henry, que desperta a dúvida sobre se será que estamos perante um verdadeiro irmão. O homem do petróleo encontra um diário do afinal impostor, meio queimado, que o seu filho havia descoberto e havia tentado queimar, para que o pai nunca descobrisse e pudesse viver com essa pequena alegria. Acaba por matar o viajante e enterra-o no próprio líquido viscoso, enterrando completamente o seu passado no seu presente sucesso - há até aqui um paralelismo coreográfico (Daniel a escavar com uma picareta) e musical com o início do filme, que me parece significar precisamente que, no lugar a que chegou, há apenas lugar aos dois elementos que têm vindo a equilibrar toda a narrativa (sendo que Henry se tentou aproveitar do negócio e a mentir sobre a família). Pela manhã, é descoberto por Barny, aquele a quem tem de comprar os terrenos e cuja única exigência, em concertação com Eli, é que Daniel se sucumba ao baptismo de Deus e à redenção dos seus pecados, na Igreja da Terceira Revelação, uma humilhação máxima para si (que pecados, pergunta Daniel, ao que o velho lhe estende a pistola com que ele matou o irmão, em mais um belo momento cinematográfico).
Uma pequena resolução ainda discorre brilhantemente - daqui passamos imediatamente para um travelling em que percorremos a construção do gigante tubo, em plano aproximado, e terminamos num plano geral do reencontro de Daniel e H.W., altura em que ouvimos as suas vozes, que, em contraste com a distância que a imagem transmite, nos dá a conhecer um buraco na relação, que terá um nível que nunca será fechado (uma vez mais, Daniel sempre dupla preocupação).
O último acto é um eloquente epílogo. Viajamos 20 anos para o futuro, altura em que Plainview vive numa gigante mansão, negra e assustadora, alcoólico mas riquíssimo, materialmente glorioso mas emocionalmente desequilibrado. O seu filho cresceu e casou com a sua amiga de infância, Mary, desde sempre a protegida do pai. A discussão que têm é intensa e Daniel Day Lewis entra no final do filme sem perder um pingo da sua interpretação global magistral. Não só os planos são magníficos como toda a cena é narrativamente bem construída, com diálogos incrivelmente profundos e reveladores de toda a relação que existe entre aqueles dois homens, sempre em subtexto. Desde a necessidade de existir um tradutor, pela barreira de entendimento física e concreta que já existe (com dimensão emocional), aos ataques do pai para que ele diga umas palavras, acabando por conseguir (a transposição). O melhor chega quando Plainview brame, irritado e desolado por fora, mas orgulhoso por dentro, que H.W. não é seu filho, pois está a deixa-lo para criar a sua própria companhia - é precisamente o contrário que está a sentir dentro de si: mais ninguém poderia ser mais seu filho do que alguém que ousasse competir consigo de tal forma. E, aqui, a necessidade de fazer um foreshadowing para o diálogo com o irmão, "I have the competition in me.", associando-o com o que diz ao filho, "You have nothing of me.".
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