Friday, April 30, 2010
Parlamento britânico em videojogo
Bem sei que pouco tem a ver com cinema, mas não me parece que umas coisas sobre o que se passa à nossa volta, que não relacionado com a 7ª arte, faça alguma moça.
Quanto ao título: pois é. O Parlamento britânico, segundo a GameOver, terá encomendado, a um estúdio, a criação de um jogo que desenvolva a temática da vida política, de forma a combater a grave crise de participação cívica e a falta de cultura política que ameaça as camadas mais jovens, na actualidade. A ideia é sensibilizar os visados para a importância da democracia e para o funcionamento de coisas como o processo legislativo. O orçamento rondará os 400 mil euros.
Estou curioso. Parece-me de génio.
Thursday, April 29, 2010
Wednesday, April 28, 2010
Disctrit 9 II: sequela ou prequela ?
Bom, um desejo, pelo menos. Sharlto Copley, depois de uma fantástica prestação em District 9, tomou-lhe o gosto. O actor revelou a sua grande vontade de continuar a história, desejo que é partilhado pelo guionista e director do filme Neil Broomkamp. A ideia será deixar o segundo terminar o seu próximo próximo projecto e depois, talvez daqui a dois anos, partir para uma sequela ou, eventualmente, "prequela" do filme de uma forma totalmente original e imprevista, longe dos chlichês hollywodescos.
Pandora de volta ?
Monday, April 26, 2010
Re-Animator (1985)
Uma peça já antiga que passou hoje no Culturgest (INDIELISBOA) e que resolvi ver.
Um puro sci-fi/horror bem ao jeito que não costumo gostar e que me surpreendeu pela positiva. Veio da direcção do americano Stuart Gordon (não conheço nada dele) e trouxe-me aos sentidos toda a atmosfera cientológico-medieval que eu sentia experimentar de todas as vezes que via ou ouvia histórias relacionadas com o mito do Frankenstein - um cientista maluco encerra um extravagante laboratório no seu castelo nas montanhas e consegue ressuscitar um morto.
Desta vez não há castelo. Herbert West (Jeffrey Combs) é um estudante de medicina que julga ter descoberto um reagente que, aplicado à fórmula do seu ex-mentor, pode trazer os mortos de volta para o mundo dos vivos. Acaba ir viver para casa de um brilhante estudante de medicina, Dan Cain (Bruce Abott), em cuja cave encerra o tal característico laboratório.
Dan acaba por se tornar o seu parceiro na experimentação do produto. Porém, as coisas correm mal. Primeiro, Meg (Barbara Crampton) acaba por ser metida ao barulho, ao assistir, involuntariamente, a uma experiência com um gato (era algo, supostamente, secreto). Segundo, o Director da faculdade e grande admirador de Dan, ao saber, pela sua boca, do projecto de West, declara-o como louco, retira-lhe a bolsa e proíbe-o de ver a filha (Meg). Posteriormente, os resultados finais não se revelam o esperado - os novos vivos não são mais "pessoas". Não são racionais nem têm qualquer traço de personalidade - quando acordam, são pouco mais do que animais ferozes e descontrolados.
É a partir deste último problema que tudo se complica. Uma ressuscitação corre mal, morre o Director, a sua ressuscitação corre mal e entramos no comboio de criação de pseudo-zombies. No meio de tudo isto surge o nosso antagonista: Charl Hill (David Gale). Hill é um neurocirurgião brilhante que desde cedo se vê confrontado com as declarações de West, sobre a forma como todos os seus estudos são plágios. É onde surge o ódio pessoal entre os dois. O médico acaba por descobrir do projecto dos dois estudantes e vai até à famosa cave onde é morto. E ressuscitado.
E eis que se inicia um plano B: o plano do mau: ficar rico e famoso com a nova descoberta e deliciar-se com Meg. West e Cain conseguem o comeback para, na morgue, terem de enfrentar um exército de novos vivos.
O final é triste. Depois de todos estarem definitivamente mortos (incluindo Hill e West; este último, permitam-me, sufocado por um intestino com vontade própria, *risos*), o filme termina com Dan a tentar reanimar a namorada, sem sucesso, numa imagem semelhante à inicial (depois dos créditos), que transmitem, especialmente pelas reacções da médica supervisora, a inevitabilidade da morte.
Porém ... Dan ainda tem um frasco do antídoto.
A construção do filme não está nada de especial, aliás, com alguns cortes um bocado bruscos. Mas há imagens que superam em muito o nosso caro SAW. O argumento podia estar ridículo, mas, como disse, achei-lhe graça (com as devidas incongruências, mesmo num sci-fi, como por exemplo, uma cabeça a respirar sozinha). Houve coisas que ficaram por explicar mas houve uma que me chamou particularmente a atenção: porque é que todos os ressuscitados ficam irracionais e estúpidos e o Hill ficou "normal" ?
Por fim, deixem-me deixar uma nota para o facto de estar para sair, em 2010, o House of the Re-Animator. Pensei que fosse um remake. Porém, as personagens estão ligeiramente diferentes. Não elas próprias, mas sim o seu percurso. Ao que parece, Meg é Dama de Honor e contamos ainda com destaque para o Presidente e Vice-Presidente dos EUA. Dan e West estão presentes e serão interpretados pelos mesmo actores, bem como a ex-namorada do médico. Se assim for, ou é uma versão totalmente nova ou, no fim de contas, este primeiro filme teve um final feliz.
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Saturday, April 24, 2010
The Shining (1980)
Baseado na obra literária de Stephen King, com o mesmo título, trazido para o cinema por Kubrick, The Shining é outro daqueles que entra, imediatamente no segundo em que termina, para a minha lista de filmes favoritos.
Uma família, pai, mãe e filho, isola-se num grande hotel de luxo, nas montanhas, longe da civilização, durante sete meses. Jack Torrence (Jack Nicholson), o pai, é um escritor que precisa de um "retiro espiritual" onde possa beber inspiração para o seu trabalho, motivo que o leva a candidatar-se ao cargo de caretaker (zelador) do Overlook Hotel, onde o ar é puro, a paisagem é linda e o sossego não tem fim.
Porém, a vida não será fácil - a tragédia protagonizada pelo último caretaker antes de Jack surge como um forte indício de fatalidade. À medida que Jack enlouquece, Danny Torrence (Danny Loyd), o filho, vê constantemente, na sua cabeça, imagens passadas do que lá se passou e imagens futuras do que se virá a passar, num claro paralelismo feito entre o assassinato da família Grady e o possível massacre da família Torrence. A este dom da criança, ensina-lhe Dick Hallorann (Scatman Crothers), dá-se o nome de shining, também partilhado pelo simpático cozinheiro do hotel. Já Wendy (Shelley Duvall), a mãe, procura o conforto do marido, assistindo impotente à sua transformação violenta e o bem estar da criança, assistindo a impotente às perturbações causadas pelas suas visões.
O argumento está de um engenho de mestre. Senti que toda e qualquer cena teve grande significado. A construção do suspense é perfeita: a tragédia dos Grady, as visões de Danny, os diálogos com Dick e a sua voz grave, quase em tom de aviso, as expressões fantásticas de Nicholson, tudo isso nos faz antever que a tragédia final é inevitável. Porém, sendo uma das chaves do sucesso do filme, são poucas as cenas ao longo do filme em que acontece algo realmente fora do normal, assustador, mau - o que só contribui para acumular mistério e tensão (e aqui também as músicas e os sons têm uma importância fulcral).
Para mim, há três cenas fenomenais - uma qualidade que só se concebe com um grande argumento e grandes interpretações: 1) os diálogos imaginários de Jack com Lloyd, o empregado do bar e com Grady (no fundo são quatro cenas); 2) "Redrum"; 3) a invasão final de Jack ao quarto da família, como "mítico" machado.
Entrei nos actores, mas tenho pouco a dizer. Shelley faz um bom papel, que não achei extraordinário. O mesmo não digo quanto à criança. É provável que o cinema tenha perdido aqui um grande actor, quando Danny decidiu que não queria fazer do cinema a sua vida - hoje tem quase 40 anos e é professor de Ciências numa escola do Michigan. Por fim, por muito boa que esteja a história, por mais saborosa que seja uma realização do K. (vénia para uma parte que aparece várias vezes, a inundação de sangue), o filme não seria o mesmo sem Jack Nicholson.
Tuesday, April 20, 2010
INDIELISBOA'10: Perspectivas (Parte 4)
OBSERVATÓRIO
E porque pode não ser óbvio o que trata esta categoria: "É um panorama sobre as obras essenciais do cinema independente contemporâneo do último ano, apresentando filmes de cineastas consagrados.".
OBSERVATÓRIO - LONGAS-METRAGENS
The Bad Lieutenant: Port of Call, New Orleans (dir. Werner Herzog, EUA, fic., 121').
Mc Donagh (Nicholas Cage) é um detective da polícia de NO, viciado em drogas analgésicas que começou a tomar em virtude dos danos físicos que sofreu durante os salvamentos que se seguiram à passagem do furacão Katrina. A sua degradação interior não o afasta do caminho do combate ao crime e mergulha numa jornada contra um assassino de uma família senegalesa e na protecção de uma testemunha contra um traficante de droga. Ao seu lado, como sua namorada, temos Eva Mendes no papel de Frankie, uma prostituta toxicodependente.
City of Life and Death (dir., Chuan Lu, China, fic., 132')
Depois de passar vários meses no "exame de censura", antes de sair para os cinemas chineses, acabou por ser um sucesso e, cito o programa do festival, "é um grandioso épico que entra directamente para a lista dos melhores filmes de guerra de sempre.". Conta a história da invasão japonesa na cidade Nanquim, poucos anos antes do despoletar da II Guerra Mundial (1937), episódio conhecido como o "massacre de Nanquim". Sobre as personagens, de uma combinação bastante heterogénea, espero grandes coisas, nomeadamente nas suas relações umas com as outras: uma professora, um soldado, um missionário e um homem de negócios nazi.
Fantasia Lusitana (dir., João Canijo, Portugal, doc., 65')
(já abordado na "Parte 3").
Life During Wartime (dir., Todd Solonz, EUA, fic., 96')
Confesso que não conheço nada deste autor, mas o que li, numa breve pesquisa interessou-me. Este é um melodrama-cómico que conta a história de duas irmãs: uma que tenta reconstruir a vida longe do marido pedófilo, entretanto libertado da prisão e outra que tenta seguir a vida também longe do marido, enquanto trabalha num estabelecimento prisional e não consegue que a sua aura angelical evite o desmoronar de certos muros que escondem certos segredos.
Mother (dir., Joon-Ho Bong, Coreia do Sul, fic., 129')
Repleto de boas críticas, Mother conta a história de uma mulher que luta para provar a inocência do seu filho de 29 anos, deficiente mental, injustamente acusado de um homicídio, por incompetência do advogado de defesa e da ineficácia e despreocupação da polícia. Um dos que mais quero ver, mas um dos que me será mais difícil de ver, por questões de horário.
My son, my son, what have ye done (dir., Werner Herzog, EUA, fic., 93')
Inspirado na história de Mark Yavorsky, que assassinou a sua mãe "à facada" e em Orestes, a tragédia grega de Eurípedes, o filme conta exactamente um matricídio, perpetrado por Brad McCullum (Michael Shannon), desencadeado por várias razões: umas vozes estranhas que começa a ouvir numa viagem que faz, a obsessão pela tragédia grega, a qual chegou a representar e a excessiva, quase lunática, protecção e pressão da sua mãe. Ao seu lado temos Ingrid, sua namorada (Chloe Sevigny) e contra si temos Hank Havenhurst (William Dafoe), detective encarregue da investigação do crime.
Tales from the Golden Age (dir., Christian Mungiu, Hanno Hofer, Razvan Marculescu, Constantin Popescu, Ioana Uricaru, Roménia, fic., 155')
Mais um sobre o terrível regime ditatorial que a Roménia viveu sob a governação de Ceaucescu. O filme tem a particularidade de ter sido dividido em cinco partes, tornando o projecto um projecto de colaboração de vários realizadores. "Uma visão cómica e dramática (...).".
OBSERVATÓRIO - CURTAS-METRAGENS
The Darkness of the Day (dir., Jay Ronseblatt, doc., EUA, 26')
Trata a depressão, mortalidade (nomeadamente o suicídio) e o isolamento, reflectindo sobre o escritor italiano Primo Levi, sobrevivente do Holocausto.
Mudanza (dir., Pere Portabella, doc., Espanha, 20')
Retrata o assassínio simbólico do poeta espanhol Garcia Lorca, por parte das tropas franquistas.
INDIELISBOA'10: Perspectivas (Parte 3)
COMPETIÇÃO NACIONAL - LONGAS-METRAGENS
Fantasia Lusitana (dir., João Canijo, doc., 65')
A este tenho de acrescentar uma descrição, já que, de todos os que gostaria de ver, é o que mais me aguça o interesse. Um documentário sobre a influência que as dezenas de milhares de refugiados do regime nazi tiveram na cultura que enforma a sociedade portuguesa desde então.
Traços de um Diário (dir., Marcos Martins e André Príncipe, doc., 90')
Um documentário sobre a fotografia e captação de imagem. Link.
Guerra Civil (dir.,Pedro Caldas, fic., 90')
(já abordado na "Parte 1")
Sem Companhia (dir., João Trabulo, doc., 85')
Um documentário sobre a vida de uns jovens, numa prisão, e a utopia que será o regresso à liberdade. Link.
COMPETIÇÃO NACIONAL - CURTAS-METRAGENS
Verão (dir., João Dias, fic., 17')
(já abordado na "Parte 2")
Muito Além (dir., Mário Gomes, doc., 50')
(já abordado na "Parte 2")
Nenhum nome (dir., Gonçalo Waddington, fic., 17')
(já abordado na "Parte 2")
Não consegui obter informação sobre as restantes curtas em competição.
Bullock "perde" Razzie
Depois de ser a primeira actriz de sempre a vencer, no mesmo ano (e com pouquíssimos dias de intervalo), o Oscar (com "The Blinding Side") e o Razzie (com "All About Steve") de melhor e pior actriz, respectivamente, Sandra Bullock vê-se obrigada a ... devolver o segundo.
Não se pense que resolveram voltar atrás na decisão ou que os votos foram mal contados. A questão é que, nos Razzies, existe uma estatueta original, metálica, desenhada e criada à cerca de 30 anos, não sendo essa a peça a entregar aos "vencedores" - aprofundando o objectivo da cerimónia, cada estatueta é barata e pintada com spray.
Bem, Bullock resolveu levar para casa o troféu verdadeiro. A produção notou de imediato mas, ao que parece, não quiseram incomodar a actriz, em pleno processo de divórcio.
Deixem-me acrescentar mais uma curiosidade. A actriz, num gesto raro, havia ido receber o próprio Razzie, levando dezenas de DVDs do filme, garantindo que, se os fãs mudassem de opinião ... devolvia o "prémio".
Só esquemas.
INDIELISBOA'10: Perspectivas (Parte 2)
Competição Internacional - Curtas Metragens
Ella (Noruega, 24').
Uma mulher de 70 anos que gosta de beber e chatear as assistentes domiciliárias. Ah, e não toma banho.
Mother (Polónia, 11')
Um retrato da solidão de uma prisioneira que espera pelo filho na sala de visitas.
Dreams from the Woods (Suécia, 9')
Uma animação sobre uma rapariga que é atraída pelos mistérios de uma floresta, pela harmoniosa melodia da flauta da Morte.
Cocoon (Alemanha, 7')
A importância que um novo penteado pode ter na adolescência.
Grandmother (Japão, 35')
Uma mulher acorda de um coma que em que permanecia há 50 anos, para morrer de seguida. Uma reflexão sobre a vida e a morte, protagonizada pelos seus familiares.
Oxygen (Roménia, 40')
Um breve retrato da angústia vividas por um homem e uma mulher na Roménia de Ceaucescu, que não aguentam e decidem mudar as suas vidas. Contém "imagens de arquivo raras".
The Little Snow Animal (Finlândia, 19')
Não consegui saber muito sobre o conteúdo, mas a breve descrição feita no programa do festival despertou-me o interesse: uma história de amor com imagens de animação, ficção e documentário.
Brune Renault (França, 17')
Quatro rapazes andam à volta num Renault, protagonizando algumas cenas de cariz cómico (pareceu-me), terminando com a avocação de arqueótipos tais como James Bond ou Sharon Stone. Dos que mais aguardo.
Verónica (Portugal, 18')
Uma noite em que se cruzam, num churrasco, dois vendedores de droga, dois viajantes e ... um vestido.
Verão (Portugal, 18')
Um homem chega a uma ilha onde tenta a sua sorte com duas raparigas. Sem sucesso. Bem, a ilha também já se chamava "Ilha do Desespero" ...
Enterrez nos Chiens (França, 50')
Um relato de uma antiga tragédia, perpetuada numa pequena cidade e a reconstrução do crime até à descoberta da peça que faltava.
Four boys, white wiskey and grilled mouse (Tailândia, 10')
Uns breves minutos sobre a profunda simbologia da liberdade onde quatro rapazes, no meio de um campo de arroz, bebem wiskey e comem rato grelhado.
Pal Lines (Roménia, 17')
Uma luta de uma mulher contra o trauma que a acompanha desde um grave acidente que sofreu. É a sua oportunidade de perceber porque é que a sua vida ficou sem sentido.
Wakefield (França, 28)
Wakefield diz à mulher que vai viajar, em negócios. Porém, o que faz é instalar-se numa cabana perto de casa. Vai preparando o seu regresso. Mas o tempo passa e a sua mulher acaba por aceitar a sua morte e entrar numa depressão.
Out of Love (Dinamarca, 29')
Um relato sobre a forma como vivem as crianças no Kosovo, a vender cigarros, no seu pequeno mundo.
Voice on the Line (EUA, 6')
Uma mistura de filmes e arquivos dos anos 50, "resultando numa operação secreta e numa viragem bizarra de larga escala".
Nenhum nome (Portugal, 17')
Mais por ser português do que pela história que parece contar, é sobre X, um homem que perdeu a sua mulher, grávida, num acidente, que conhece uma enfermeira, de nome K, também grávida, pelo que surge uma ligação.
Little Red Hoodie (Reino Unido, 14')
Ao que sei, é uma versão hardcore do capuchinho vermelho.
Muito Além (Portugal, 50')
Uma aldeia portuguesa que morre lentamente. No verão, volta a irradiar vida por alguns dias. Até voltar a mergulhar no leito que a leva direitinha para o desvanecimento.
Sunday, April 18, 2010
INDIELISBOA'10: Perspectivas (Parte 1)
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL - LONGAS METRAGENS.
10 to 11 (Turquia).
Uma história sobre um coleccionador obsessivo, que passa a vida a percorrer as ruas da magnífica Istambul, luta para salvar a única coisa que tem: as suas colecções. Para isso, terá de contar com a ajuda de Ali, um sujeito de uma pequena aldeia a quem a grande cidade não diz nada. Com a capital turca como "personagem principal", este promete ser um filme em que duas vidas se preparam para mudar, à medida que descobrimos as belezas de uma outra cultura.
The Blacks (Croácia).
Terminou a guerra dos Balcãs com a assinatura de um tratado de paz. Mas um grupo de soldados não consegue afastar as memórias e os traumas que ameaçam perpetuar-se nos seus "eu" e ameaçar a paz das suas vidas, algo que os leva a lançar-se numa nova missão: a do resgate de vários cadáveres numa floresta armadilhada. No entanto, o inimigo parece que está bem mais perto do que se previa.
Castro (Argentina)
Edgar Castro, argentino, anda fugido da mulher Rebbeca, que não vai descansar enquanto não o encontrar. Um filme com ritmo elevado, mistério (esconderijos, pistas, revelações) e, segundo consta, alguns toques de comédia.
Guerra Civil (Portugal)
Um filme português, de Pedro Caldas, que conta a história dos dramas de uma família portuguesa, num verão de 1982 (com uma banda sonora bastante adequada, ao que consta), ameaçada pelas crises existenciais dos seus membros e a descoberta do sexo na adolescência, entre outras coisas.
Le jour ou Dieu est parti en voyage (França/Bélgica)
O drama de uma uma jovem tutsi, durante os dias do genocídio de Ruanda, que fica abandonada na casa onde trabalha, aquando da fuga da família. É uma noite de sofrimento. Na manhã seguinte consegue fugir e esconde-se num bosque onde encontra alguém na mesma situação.
The Robber (Áustria)
A jornada do recordista nacional (da Áustria) de maratona que, simultaneamente, é um dos mais bem sucedidos assaltantes de bancos do país. Uma adrenalina que passa da corrida para o roubo, algo que não consegue controlar. Chega a contar os batimentos cardíacos durante um assalto. Interessante será ver como é que a polícia o vai apanhar. Faz lembrar a antiga anedota do homem fininho que rouba o lugar a um outro, bastante composto, que, por sua vez, lhe diz que está arrumado porque é "lutador de boxe", ao que o ameaçado responde que é "corredor da maratona".
INDIELISBOA'10: contagem decrescente.
Sobre uma breve descrição das várias categorias e, mais importante, sobre os filmes em exibição no festival, bem como os horários, não fiquem sem consultar a programação.
A abrir, teremos, como já puderam saber numa das notícias de há vários dias, Greenberg de Noah Baumbach (starring Ben Stiller) e Fantasia Lusitana, um documentário de João Canijo.
Friday, April 9, 2010
A Clockwork Orange / Laranja Mecânica (1971)
A primeira coisa que me saltou à vista foram os cenários - os que correspondem a algo construído pelo homem, como uma casa. A decoração e configuração da casa de Alex DeLarge (Malcom McDowell, que eu só conhecia de Heroes, como Linderman) e daquela em que o grupo viola uma mulher, que vem, mais tarde, a servir de tecto ao nosso personagem principal, revela a sua impressionante visão futurista. Se me dissessem que era algo actual, acreditaria. Também é verdade que de moda percebo pouco, mas parecia mesmo moderno. A este tratamento vanguardista, deixem-me acrescentar uma nota sobre as filmagens bastante explícitas dos nus. Notem, para tudo isto que acabei de dizer, que já lá vão quase 40 anos.
A isto acresce o facto de ser uma grande história. Anda à volta do tema da violência e do debate filosófico entre a função da sanção, neste caso, a prisão (punição(/retributivismo vs reabilitação), que já vem a ser tratado desde os gregos.
A violência é retratada de uma forma fantástica, numa espécie de comédia sádica – aos actos cruéis (agressão a um velho sem abrigo, bêbedo; violação de mulheres) subjazem as posturas descontraídas e gozonas do grupo (os comentários, as máscaras, os fatos que, noutro contexto, seriam apenas idiotas, o tom de voz de Alex, a música divertida e engraçada que quase nunca pára). Por momentos, é capaz de nos fazer pensar se não estaremos com um sorriso estúpido na cara, a achar graça às maldades que os rapazes vão perpetuando.
A certa altura, DeLarge é traído pelos amigos (os indícios já o faziam prever) e acaba por ir para à prisão, onde a sua postura de “mandrião” autêntico (parece-me uma boa qualificação) é completamente desmontada. Baixa a bolinha e começa a converter-se (talvez esta conversão deve ficar entre aspas, se é que me percebem) à religião. É um claro percurso de lambidela de botas, de uma intencional pseudo-ingenuidade e pseudo-arrependimento, igualmente cómicos. Muito bom.
Às tantas, lá arranja maneira de se submeter ao mais recente tratamento do Ministério da Justiça, que promete curar todo o intento criminal de todo o criminoso, a fim de tornar a sua reinserção na sociedade mais fácil e desejável. É uma autêntica tortura para o personagem e acaba por resultar de forma exagerada e desumana – não consegue suportar violência nem sexo, de forma alguma. Enquanto que, aqui, alguns defendem que se deve seguir com a punição dos criminosos, outros defendem que o caminho é a reabilitação. O tal debate.
A saída da prisão acaba por só trazer mais desgraças. Os seus pais têm um novo “filho”, e praticamente rejeitam o pródigo, é espancado por um grupo de sem-abrigo, é torturado fisicamente pelos colegas traidores (que, na altura, já são polícias) e psicologicamente por um homem que deixou inválido, num dos seus ataques (em que também matou a sua mulher). Notem que isto é tudo de seguida: é espancado, os polícias salvam-no; foge e vai dar com a casa do homem. Esta última travessia é particularmente engraçada, já que o instrumento de tortura é a sua outrora música preferida, a 9ª sinfonia de Beethoven, cujo repúdio foi um dos efeitos secundários do famoso tratamento “Ludovico”.
Eis que chega o final. O Ministro da Defesa, interessado em manter o seu capital político, corrompe o nosso “humilde protagonista” (é, entre outras coisas, assim que ele se apelida, enquanto narra a história), que estava no hospital, após uma tentativa de suicídio, por não aguentar aquela tal tortura psicológica – a imprensa e o povo logo caíram em cima do governo, acusando o seu programa de violação dos direitos humanos. Nos últimos segundos, o Ministro pensa que consegue corrigir a situação, pousando para a comunicação social, num ambiente de cumplicidade, com Alex. No entanto, parece que até a reabilitação tem cura …
Aqui pode entrar uma breve explicação do título (que, confesso, não percebi, quando vi o filme). Basicamente, o homem tem sempre a opção de escolher o caminho do bem ou do mal. Neste sentido, é como uma laranja, um organismo vivo, com cor e sumo. No entanto, Alex é condicionado e forçado a escolher o bem. É nessa altura que se torna uma laranja mecânica. Fantástico.
Uma última nota para os diálogos, que estão brilhantes.
Tuesday, April 6, 2010
Cinema: cá dentro.
INDIE LISBOA FILM FESTIVAL
Indie Lisboa Film Festival de 22 de Abril a 2 de Maio.
A 7ª edição do festival de cinema independente começa já daqui a cerca de duas semanas e abre com Greenberg, de Noah Baumbach (nomeado para Oscar de Melhor Argumento Original, com The Squirt and the Whale), que conta também com Ben Stiller, e com Fantasia Lusitana, de João Canijo.
Greenberg conta a história de Roger Green (Ben Stiller), um homem de 40 anos que (ainda) enfrenta uma crise existencial, por não saber o que fazer da vida. De notar que recebeu boas críticas no festival de Berlim, assim como a prestação do actor principal. No segundo, conta a influência que milhares de refugiados do regime nazi tiveram no nosso país e na forma como a população encarou a II Guerra Mundial.
Os cinemas onde podem comprar bilhetes e onde decorrerão as sessões são: Cinema City (Alvaláxia), Cinema São Jorge, Culturgest e Cinema Roma. A programação pode ser consultada aqui. O calendário deverá estar disponível Quinta-Feira, dia 8, sendo que os preços também estão disponíveis.
Sobre as categorias, podem ficar a conhecê-las aqui.
Para mais informações: www.indielisboa.com .
Ciclo Indie Lisboa - FNAC.
De 1 a 26 de Abril, 13 FNAC do país (Cascais, do Chiado, do Colombo, do Vasco da Gama, de Almada, do Algarve, de Braga, de Viseu, de Coimbra, do GuimarãesShopping, do MarShopping, do NorteShopping e de Santa Catarina) irão exibir alguns filmes da edição do festival do ano passado. A entrada é grátis e os filmes, bem como respectivos horários, podem ser consultados aqui.
Além disso, no dia 15 de Abril, os directores do festival farão a apresentação do mesmo na FNAC Chiado.
Ciclo de cinema na Reitoria da Universidade de Lisboa.
Já vai tarde, mas conta a intenção. De 30 de Março a 8 de Abril, a Reitoria da UL, em parceria com o festival, apresenta uma série de curtas e longas metragens da sua 6ª edição. A entrada é grátis e o programa/cartaz pode ser consultado aqui.
MANIFESTO PELO CINEMA PORTUGUÊS
Iniciativa de nomes respeitáveis do cinema português, desde a imensa experiência de Manoel de Oliveira, ao jovem talento João Salaviza, trata-se de uma petição em nome de melhores condições e de maior respeito e consideração pelo bom trabalho que se faz e pode fazer em Portugal, no mundo do cinema. O problema é que não há condições. Apesar de ser pouco mediático e não andar nas páginas dos jornais, também o Ministério da Cultura pouco tem feito para as coisas andarem para a frente. Leiam e assinem a petição.
Monster / Monstro (2003)
As histórias verídicas demoram sempre mais tempo a engolir. Não por serem menos verosímeis, mas sim por se darem ao luxo de passar num exame de consciência mais profundo. No final do filme, há sempre aquele breve segundo de apertada inspiração (não no sentido criativo, mas no sentido fisiológico), que nos deixa ficar sentados, a apreciar os créditos, e a saborear, uma vez mais, a dureza da realidade que muitas vezes nos passa despercebida.
Monster conta a história da prostituta Aleen Wuormos (interpretada por Charlize Theron), condenada a pena de morte, nos EUA, em 1991, e executada em 2003, por sete homicídios, traída nos últimos momentos da sua liberdade por Selby Wall (interpretada por Christina Ricci), sua namorada.
O argumento não é brilhante. Está bem estruturado e aquilo que me parece corresponder ao Act One está muito bem feito: Aleen e Selby conhecem-se, numa situação de engate comum (com a particularidade de que temos uma menina bem comportada a tentar qualquer coisa com uma prostituta nojenta) e vemos aquele interesse e simpatia iniciais transformarem-se numa amizade mais forte e, eventualmente, em amor. A cena em que as duas quase fazem o que têm a fazer, na rua, está muito boa. Paralelamente, é estranho acreditar que Selby não se importa com o modo de vida da companheira.
A partir daí, parece-me que segue um curso normal, sem baixos mas também sem altos. O primeiro turning point (a violação e o primeiro assassinato) está realmente cruel (em termos de história, não de realização), o suficiente para ficarmos contentes quando ela dispara pela primeira vez. No entanto, para qualquer pessoa que tenha lido a sinopse ou que tenha tido conhecimento do caso verídico, não é nada propriamente inesperado. Assim como não é nada do que se segue: mais mortes, acompanhadas por um primeiro período de sucesso e, depois, um segundo turning point, em que tudo se volta a complicar - o acidente de carro; o desenho dos retratos. Para complementar, há o polícia morto (aliás, nesta parte, caso não fosse verídico, tinha ficado interessante desenvolver um angle com o amigo do pai que a violou aos oito anos, em quem ela se inspira para matar o agente já reformado).
Assistimos, basicamente, ao drama interno de uma mulher, que não consegue evitar que este tome conta da sua relação e arraste o seu primeiro e único amor para a confusão. Sentimos todo o seu passado a empurrar, a espezinhar o seu presente. Sentimos o seu "eu" inocente, pilhado e vandalizado na sua essência, aquando da sua infância, assumir as rédeas do seu "eu" actual - destruído, feio, sujo, desgastado. Sentimos que "o tempo não volta para trás" e, se não o seu corpo, a sua alma já está condenada (ou ao castigo ou à miséria) - veja-se o assassínio do único homem que lhe quis dar banho e comida, para a levar para junto dos "filhos" ("I'm so sorry !").
É um relato verídico mas que contem uma mensagem profunda. Talvez por nos dizer exactamente como é a realidade. É evidente o efeito borboleta que conduz o percurso criminoso de cada serial killer, de cada violador, de cada simples ladrão - as consequências dos problemas familiares, do desemprego, entre outros, como gatilhos da criminalidade. É particularmente interessante num debate que, mais ano menos ano, vai assolar o país, como fez o aborto e o casamento homossexual: a legalização da prostituição - nomeadamente no que toca ao aspecto da dignidade destas mulheres e da segurança que (não) têm. Não me vou alongar nesta discussão, para já.
Toda esta reflexão e intensidade que o filme proporciona devem-se, essencialmente, a uma coisa: Charlize Theron. É ela que faz o filme. Ao lado da caracterização física espectacular (vejam qualquer foto do filme e comparem-na com qualquer foto da actriz em situação "normal". Ou se quiserem outro extremo, comparem com o anúncio da Dior, em que deixa cair as roupas e os diamantes. Usou maquilhagem, dentadura postiça e engordou uns belos quilos, aqui), Charlize faz a interpretação da vida dela, digo eu. Todo o sentimento que o filme transmitiu, todo o ódio, amor, toda a tristeza, todo o rasgo de esperança, cada momento de sede de vingança, cada palpitar de arrependimento, tudo se deveu a cada expressão, a cada olhar, a cada grito da actriz. Deixem-me acrescentar que chegou mesmo a valer-lhe o Oscar de melhor actriz principal.
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Sunday, April 4, 2010
The Lovely Bones / Visto do Céu (2009)
Era com grande expectativa que vinha a aguardar esta peça, apesar de não ter lido o best-seller em que se baseia (The Lovely Bones, de Alice Sebold). Eram três os pontos em que alicerçava o meu interesse:
1) A premissa principal: uma rapariga de 14 anos é assassinada e inicia a sua viagem na direcção da luz. Porém, não consegue continuar caminho e fica presa numa "esfera emocional" de luta, ódio e vingança, que constitui a única ligação entre ela e a sua família, que se começa a desmoronar. Só ela tem o poder de curar todas as feridas.
2) O elenco forte: das cinco personagens mais relevantes, duas eram interpretadas por vencedores de Oscar e três eram interpretadas por nomeados para Oscar - Rachel Weisz (Abigail Salmon, a mãe) e Susan Sarandon (Lynn Salmon, avó); Saoirse Ronan (Susie Salmon, a rapariga), Mark Whalberg (Jack Salmon, o pai) e Stanley Tucci (George Harvey, o assassino).
3) O responsável pelo leme do barco: Peter Jackson. De notar que o director também participou na escrita do argumento, acompanhado por Fran Walsh e Philippa Boyens, que formam a equipa que venceu o prémio da Academia para Melhor Argumento Adaptado, com Fellowship of the Ring.
Agora que volto a considerar isto, tinha mesmo tudo para ser um bom filme. Desiludiu-me, porém - o primeiro e terceiro pontos; quanto ao segundo, não vou apontar críticas.
A história começa bem. Passamos alguns minutos, não a absorver a vida da família Salmon, mas sim a ser absorvidos por ela. Seguimos os passos de Susie, ficamos a conhecer alguns aspectos da sua personalidade e qualquer coisa sobre o seu grande amor pré-adolescente. Criamos mesmo uma empatia com a rapariga, inocente e simpática. A narração por parte da própria cria uma atmosfera muito adequada de uma nostalgia que é suposto sentirmos. Há mais dois pontos que fortalecem este sentimento: o pequeno angle à volta das fotografias (o seu sonho de ser fotógrafa) e o encontro com Ray, que sempre desejou e nunca poderá ter, assim como nunca teve e nunca terá o seu primeiro beijo.
A sua morte está bem realizada. Foi intenso e, ao mesmo tempo, dúbio. Assistimos à passagem de uma curiosidade tremenda pelo "esconderijo" a uma cautelosa tomada de consciência de que algo não estava bem, à assumpção do controlo por parte do medo. Esta bela cena muito deve às excelentes interpretações de Saoirse e Stanley, às quais já voltarei. Ao mesmo tempo, ficamos sem saber como é que ela morreu, como é que tudo se passou de facto. Aliás, o que vemos, é Susie a conseguir fugir e, de repente, é um fantasma.
A partir daqui, senti tudo desmoronar. A partir daqui, tenho a dizer: mau filme. Penso que o pior foi a estruturação do argumento e a justificação (ou falta dela) de pontos importantes.
A alternância entre o mundo terrestre e o mundo celestial é, quase sempre, sem grande sentido. Na terra está a acontecer algo de importante e no Céu, apenas acontecem coisas estranhas, que nem Susie percebe e que não fazem sentido com nada. É certo que, por várias vezes, a rapariga chama pelo pai e este chega a dizer que a viu. Mas como se explica que a primeira coisa em que ela pense quando chega ao Céu seja o encontro com Ray ? E como se explica que a mãe se tenha ido embora sem que ela sequer se preocupe, para no final dizer qualquer coisa como "percebi que era a minha mãe que faltava [aceitar a minha morte]" ? Como se explica que dê relevo ao facto de a irmã ter um namorado mas não se preocupe com o facto de ela se estar a arriscar demasiado com o assassino ?
Penso que também podiam ter explicado o significado do local onde Susie estava sempre, qualquer que fosse a paisagem - porque parecia ter um grande significado mas eu, pelo menos, não o percebi. Outra: a rapariga que via os mortos. Uma personagem é introduzida com tamanho mistério, revela tamanha faculdade e é simplesmente arrumada ? Pior foi no fim quando parece perceber que o corpo mutilado de Susie está prestes a ser deitado numa lixeira e a única coisa que faz é criar uma ilusão, em Ray, para que este pense que está em frente à amada (sim, a paixão era recíproca) e lhe dê, finalmente, o beijo.
Há outra parte que me deixa em estado de quase-indignação. Temos uma situação em que Susie percorre uma série de paisagens que, passo a expressão, tresandam a morte, enunciando a série de assassínios que Harvey protagonizou (uma grande cena, essa) para, logo de seguida, e ao mesmo tempo que há problemas na terra com a sua família, se encontrar reunida com essas mesmas crianças de que nos acabou de falar, num sentimento de alegria e comunhão.
Por fim, o final foi demasiado apressado. Temos uma boa performance de Rose McIver (Lindsey Salmon, a irmã) em casa de Harvey, à procura de pistas, com um bom hype dado a toda a cena para, no final, sermos presenteados com uma imagem da polícia em casa do dito cujo, sem uma reacção dos pais de Susie, sem uma congratulação à miúda. Pareceu algo que foi esquecido na hora.
Também teve coisas boas. Destaco, imediatamente, as interpretações de Saoirse e Tucci, os efeitos de Jackson (esteticamente, é um filme belíssimo - destaque para aquela que foi uma das poucas conexões bem feitas entre o mundo terrestre o Céu, a situação em que Jack começa a partir as garrafas com os barcos e o mesmo acontece, em ponto gigante, lá em cima), a história dos rolos de fotografia (a revelação de um por mês, como havia sido imposto pelos pais à filha, por serem muitos, com o último a ser a chave para o assassino) e a banda sonora. Também gostei do final dado ao vilão. É o chamado "karma".
Saturday, April 3, 2010
Coisas Actuais.
1. O Regresso do Rei (dos filmes): o legado do The Lord of the Rings volta ao grande ecrã.
2. The A-Team já tem poster e trailer oficial.
3. The Expendables com expendable presences.
4. Backlight (Contraluz) em Portugal a 22 de Julho.
5. Saga Twilight: two down, two to go: poster e trailer para Eclipse.
6. Putos coscuvilheiros v.4.0.
7. An Education lança Carey Mulligan.
8. A segunda ressaca.
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O Regresso do Rei (dos filmes): o legado do The Lord of the Rings volta ao grande ecrã.
Com Peter Jackson na produção (como fez com os primeiros três filmes da saga) e Guillermo Del Toro no argumento (escritor de Hellboy e El labirinto del fauno, que lhe valeu a nomeação, pela Academia, de Melhor Argumento Original), The Hobbit, outra das grandes obras-prima de J.K.R. Tolkien, sofre a adaptação para o cinema. À história, já lhe conhecemos o breve início: a jornada de Bilbo Baggins, tio de Frodo, pelas montanhas, em que conhece o nosso amigo Smeagoll e
encontra um certo e determinado anel - à semelhança dos três (mais) recentes Star Wars, a história passa-se antes daquela dos filmes que já vimos.
Pessoalmente, fiquei extremamente agradado com a notícia, sendo um fã incondicional dos nossos amigos da Fellowship.
Não acredito que haja o “risco sequela”, chamo-lhe assim - um fenómeno comum que acontece sempre que um filme tem sucesso e se tenta fazer o segundo, o terceiro, o quarto … Com uma qualidade decrescente (The Lion King II e III; The Pirates of the Caribbean II, III). A razão é simples: 1) as duas histórias são uma só, partida em várias partes; 2) o próprio The Hobitt foi escrito antes do The Lord of the Rings.
A primeira parte está projectada para 2011 e a segunda para 2012.
The A-Team já tem poster e trailer oficial.
A famosa série norte-americana dos anos 80, que conta a história de quatro ex-combatentes do Vietname, injustamente condenados por um crime que não cometeram, que passam os seus dias a combater o crime, volta até nós, desta vez de uma só emissão. Trailer
The Expendables com expendable presences.
Com Silvester Stallone como cabeça de lista, uma equipa de mercenários ruma à África do Sul, em nome da democracia. Quanto aos nomes que farão parte da equipa … Bem, digamos que, no ramo da acção, será uma equipa de luxo: Jet Li, Jason Statham, Dolph Londgren, “Stone Cold” Steve Austin, Terry Crews, Mikey Rourke, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger. Trailer.
Backlight (Contraluz) em Portugal a 22 de Julho
Realizado (e escrito) e protagonizado por alguns portugueses (Fernando Fragata e Joaquim de Almeida, respectivamente, mais a modelo Ana Cristina Oliveira e Ana Lopes) e filmado nos EUA, tem uma premissa simplicíssima, mas de uma densidade moral extremamente complexa: a vida e a morte. Pessoalmente, adorei o trailer.
Saga Twilight: two down, two to go: poster e trailer para Eclipse.
Depois de Twilight e New Moon, já não temos de esperar muito pelo terceiro (eu espero sentado, e de olhos fechados).
Putos coscuvilheiros v.4.0.
Por acaso, não será bem assim, já que os actores serão outros. Mas é isso, vem lá Spy Kids 4: All the Time in the World. Ainda há poucas informações, mas a página no IMDB já está aberta e aponta para 2011. Sobre o cast, aposto em Rui Veloso.
An Education lança Carey Mulligan
Com toda a justiça, digo desde já.
Depois de uma excelente interpretação em An Education, que lhe valeu uma nomeação para Melhor Actriz (e, diga-se, esteve melhor que a Bullock), Mulligan já está a participar em três outros grandes projectos.
O primeiro (2010) é Wall Street: Money Never Sleeps. Na seque
la do sucesso de 1987 (Wall Street), que valeu a Michael Douglas o Oscar de Melhor Actor Secundário, a jovem actriz vai contracenar com o próprio; aliás, vai ser filha (Winnie Gekko) do próprio (Gordon Gekko) e vai ser o amor da personagem secundária (Jacob Moore), interpretada por Shia LaBeouf.
O segundo (2010) é Never Let Me Go, que conta a história de uma mulher que recorda os seus anos passados numa escola privada no interior de Inglat
erra e se volta a encontrar com amigos da altura para finalmente enfrentarem alguns segredos que tentaram enterrar. Irá contracenar com Keira Knightley e Sally Hawkins.
Por fim (2012), mas não por menos, segue-se My Fair Lady, em que vai ser Elizah Doolittle, uma rapariga com um sotaque londrino pouco adequado, que arranja aulas de inglês (“falar inglês”) para se conseguir fazer passar por uma senhora (“lady”). Deixem-me acrescentar que este é um remake do filme de 1964 (por sua vez, baseado num musical da Brodway), que limpou oito belos Oscars.
A segunda ressaca.
Já há página no IMDB para a sequela do sucesso que foi The Hangover, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia/Musical e do BAFTA de Melhor Argumento Original. Ao que parece, terá havido algumas reticências da parte dos protagonistas, mas os quase 450 milhões de dólares que lucrou o primeiro filme deverão ter sido o suficiente para os fazer voltar a afogar as mágoas.
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Sobre mais perspectivas para 2010 (e também 2011), o nosso recomendado O Mundo tá Perdido.