Wednesday, September 29, 2010
Coisas e Afins
Algumas notícias, apenas algumas das que têm surgido durante estes últimos dias em que não tenho postado nada.
- Já há trailer de True Grit, dos Coen Brothers, de The King's Speech, com Collin Firth e de Harry Potter and the Deathly Hollows: Part 1. Quanto a mim: grandes expectativas para o primeiro, relativa indiferença quanto ao primeiro, grandes expectativas para o terceiro (depois das desilusões que têm sido os outros filmes da saga, com destaque para o sexto).
- Wong Kar-Wai, o brilhante e poético cineasta chinês, vem lá com um novo filme, que já está em pós-produção: The Grand Master, uma biografia de Ip Man, o mestre da arte marcial Wing Chun.
- Terminou, em Lisboa, o Queer Film Festival, festival de cinema LGBT. Tenho a dizer que, não obstante as minhas convicções relativamente liberais no que toca ao casamento homossexual e afins, vejo o conceito deste festival como uma palhaçada semelhante ao espalhafato procurado nas paradas LGBT - mais não são, logo, mais não é do que uma iniciativa sensacionalista, que transforma a noção de igualdade absoluta que tanto procuram (e que defendo) num autêntico circo de extravagância promiscua e deprimente.
- Começa hoje em Lisboa, com a presença do ilustre realizador George Romero, o MoteLx, festival de cinema de terror.
- Decorre, no início de Outubro, em Lisboa, partindo depois para outros pontos do país, a 11º edição do festival de cinema francês.
- Ao que parece, a série Glee poderá ter uma versão adaptada ao cinema.
- Christopher Nolan irá produzir mais um filme de super-heróis, Superman: Man of Steel. As negociações para quem assumirá o leme da realização já se iniciaram e correm rumores de que Darren Aronofsky terá sido abordado.
- Está escolhido o filme português a submeter à candidatura a Melhor Filme Estrangeiro, nos Óscares 2011, e é, contra tudo o que eu previa, Morrer Como Um Homem, de João Pedro Rodrigues.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
«Terminou, em Lisboa, o Queer Film Festival, festival de cinema LGBT. Tenho a dizer que, não obstante as minhas convicções relativamente
ReplyDeleteliberais no que toca ao casamento homossexual e afins, vejo o conceito deste festival como uma palhaçada semelhante ao espalhafato procurado nas paradas LGBT - mais não são, logo, mais não é do que uma iniciativa sensacionalista, que transforma a noção de igualdade absoluta que tanto procuram (e que defendo) num autêntico circo de extravagância promiscua e deprimente.»
Tanta revolta... ;) Há certos pontos em que estou em desacordo contigo, claramente, Diogo. Alguma vez foste a uma marcha LGBT aqui em Portugal? Sabes, ao menos, os motivos por que se realizam?
De qualquer das formas, acho que fazes muita confusão entre a cultura que entretanto se auto-denominou "queer" com o grupo que abrange pessoas com orientação LGBouT. Uma não está ligada à outra, e é esse o erro que muitos ( sejam azuis ou amarelos) cometem. A cultura queer inundou o final do século XX na TV (Will and Grace, Queer as Folk, The L Word,...), no cinema (com os filmes underground, do Derek Jarman, do Fassbinder, do Gus Van Sant, etc.), na música, na literatura, etc..., à semelhança que ocorreu com a libertação racial e feminista anteriormente - e porquê? Porque essa cultura era incompatível com a legislação e a mentalidade precedente. E foi necessária (ainda é, em certos meios).
É obviamente ridículo classificar um filme pela temática, ainda por cima chamá-lo de "filme gay", por exemplo, como fizeram com o último filme do Gus Van Sant. Mas faz, na minha perspectiva, todo o sentido existirem este tipo de festivais. Talvez não faça no futuro (e eu espero que não faça, sinceramente). E não é para alcançar o estatuto de "circo de extravagância promiscua e deprimente", como tão exageradamente falas - é, sim, para projectar a criação artística que vem de encontro à sensibilização de toda a população das questões de género, de enquadrar essas problemáticas em certos ícones (seja no cinema, na música, na moda, etc.) e estilos de vida. Se investigares, saberás que o Queer Lisboa é muito apoiado pela Rede ex-aequo, que é uma organização com muita força em Portugal que se dedica a auxiliar os jovens que se debatem com a sua identidade sexual e que enfrentam uma sociedade que, ainda hoje, é infelizmente heteronormativa. Este tipo de iniciativas vai de encontro à defesa da igualdade, à defesa da força de um grupo que, no final de todas as contas, permanece minoritário.
Achei bastante ofensivo classificares quer o festival como a marcha LGBTs como "circo..etc.". Tens que compreender que nos dias que correm, que felizmente caminham por uma profunda consolidação dos valores de igualdade, há a necessidade da criação de tudo isto.
FLÁVIO: Sabia bem que alguém haveria de me cair em cima com isto, mas por ser a minha opinião, quis mesmo que ficasse a ser conhecida.
ReplyDeleteAinda antes de continuar, volto a salientar que isto não tem nada a ver com as minhas convicções relativas aos LGBT, que, com o tempo, ficarás a conhecer - sou até bastante liberal, mesmo num ponto muito controverso, como é o da adopção, por exemplo.
No entanto, assumo com consciência a crítica que me apontas, e admito que assumo, e assumi aqui, uma postura revoltosa e exagerada. Revoltosa porque, de facto, me revolta; exagerada porque, de facto, falei mais das marchas do que do Queer, apesar de aqui não fazer a distinção.
Mas é como digo. Não acho que haja necessidade alguma de procurar a igualdade desta forma. Vejo nestas iniciativas umas tentativas frustradas de promulgar o "orgulho homossexual" sem necessidade. Que tipo de orgulho é esse ? Os heterossexuais não têm de ter orgulho em ser heterossexuais - simplesmente são. Faz parte da sua condição. Porque raio é que os homossexuais hão de dizer que têm orgulho, vindo mascarados para a rua, fazer marchas que, e desculpa se te ofendo, equiparo a circos, que acho extravagantes, exageradas e que pretendem chocar pela promiscuidade pseudo-liberal ?
O que vejo aqui não é uma busca pela igualdade, mas sim uma reacção enraivecida e egocêntrica face a um preconceito que desaparece a olhos vistos. Não há necessidade para isto.
É um ponto fracturante em que discordamos vivamente. Também é verdade, como dizes, que não estou perfeitamente informado sobre os fundamentos destas coisas, pelo que as minhas opiniões/reacções podem ainda estar minadas de um populismo de que me posso vir a envergonhar, mas nessa altura não terei problemas em admiti-lo - já o fiz muitas vezes, em relação a vários temas.
Termino reiterando que sou um defensor da igualdade entre sexos, porventura de forma menos ortodoxa do que a maioria das pessoas que o defende. E assim, espero poder, com mais calma, vir a partilhar a minha visão contigo e a tua comigo.
Como amigo, peço-te, sinceramente, que perdoes a minha intolerância.
Morrer como um homem é o candidato? bem se sabe como a academia adora filmes com punhetas homossexuais, tem um lugar certinho nos 5 nomeados.
ReplyDeleteCaro Anónimo, sou obrigado a concordar contigo.
ReplyDeleteDe qualquer forma, peço-te que para a próxima te identifiques, por uma questão de transparência nas discussões ;)
Que grande apanhado :p
ReplyDeleteBem, comentando ponto por ponto:
-Já conheces as minhas expectativas para o Harry Potter; o novo dos Coen também me suscita curiosidade;
-Wong Kar-Wai é um mestre que tenho que definitivamente passar a conhecer (pois, shame on me!)
-Discordo absolutamente da tua opinião sobre o Queer Film Festival e as paradas LGBT, assinando assim por baixo pelo comentário do Flávio Gonçalves. Para mim, estas iniciativas são uma forma de luta pela igualdade e tolerância que infelizmente ainda são negadas a esta comunidade.
-O cinema de terror não é algo que me atraia especialmente...o único que consegui ver foi "The Shining; mas para os fãs, deve ser algo de excelente, ainda para mais com a presença do Romero!
-Viva o cinema francês! ;)
-Não sou fã de Glee: os poucos episódios que vi pareceram-me algo desequilibrados e descoordenados, apesar de ter gostado de algumas das suas covers
-O que irá Nolan fazer de Superman? :p
-Não vi "Morrer Como Um Homem", assim sendo não me posso pronunciar